STF mantém Careca do INSS na cadeia

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para manter as prisões de Antonio Carlos Camilo Antunes, vulgo “Careca do INSS” e do empresário Mauricio Camisotti. Os dois foram presos no dia 12 como os chefes do roubo de aposentados e pensionistas através de descontos irregulares e ocultos.

Gilmar Mendes causou curiosidade ao se declarar impedido de votar no julgamento, porque o impedimento se dá por parentesco com o investigado, participação no crime ou associação de algum tipo com o réu. Segundo a Polícia Federal, o Careca do INSS era o lobista do golpe, intermediando empresários dos sindicatos e associações.

Ele ficava com uma parte do dinheiro desviado e distribuía o resto para os cúmplices do esquema. Careca comprou 21 carros de luxo com o dinheiro do esquema, apreendidos pela PF. Já Camisotti é, diz a investigação, sócio de uma das entidades que integravam o cartel que executava os desvios.

Eles foram expostos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura a roubalheira em benefícios dos aposentados. Nesta seginda-feira, os deputados e senadores ouviram Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer; e Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, que tem vínculo com os investigados.

Segundo a Polícia Federal, a Conafer é uma das entidades que mais roubaram através de descontos nas mensalidades das aposentadorias do INSS. Fernando Cavalcanti é ex-sócio do advogado Nelson Wilians Rodrigues, que teve a prisão preventiva decretada pela CPMI na quinta-feira passada e depois foi liberado por ordem do STF.

A CPMI vai recorrer ao STF para efetuar a prisão. No dia 12, Wilians foi alvo de busca e apreensão em São Paulo. Ele prestou depoimento na semana passada, mas se recusou a assumir o compromisso de dizer a verdade e não deu uma só resposta às perguntas do relator e dos membros da comissão.

Nesta segunda, a comissão aprovou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Wilians, e pediu relatórios de inteligência financeira ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

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