Quadrilha usava postos, moteis e fintech

A Procuradoria-Geral de São Paulo ajuizou ação cautelar fiscal contra 55 réus, entre eles empresas, holdings patrimoniais, fundos de investimento, usinas, empresas de transporte e uma fintech, com o objetivo de bloquear mais de R$ 7,6 bilhões. A medida liminar foi integralmente deferida pela Justiça estadual.

A ação faz parte da operação Spare, deflagrada nesta quinta-feira com o Ministério Público de São Paulo, Polícia Militar, Secretaria da Fazenda e Planejamento e Receita Federal. Ela é desdobramento da Operação Carbono Oculto, que desmantelou um esquema no setor de combustíveis, com integrantes de uma facção criminosa.

“Não daremos trégua para o crime organizado no estado de São Paulo. A nossa inteligência tem trabalhado incessantemente para desmontar essas organizações criminosas, para fazer a asfixia financeira", disse o governador Tarcísio de Freitas.

"Temos mais uma operação em curso: uma parceria da Polícia Militar do Estado de São Paulo com o Ministério Público de São Paulo que cumpre vários mandados de busca e apreensão contra alvos na Baixada Santista, Vale do Paraíba e na cidade de São Paulo. A nossa batalha contra organizações criminosas é diária, sem descanso,” contou.

Segundo as investigações, máquinas de cartão apreendidas em casas de jogos clandestinos em Santos pela Polícia de São Paulo estavam vinculadas a postos de combustíveis. O cruzamento das informações financeiras revelou o desvio de valores para uma fintech, utilizada para ocultar a origem ilícita e movimentar recursos milionários.

A apuração identificou ainda vínculos do grupo criminoso com empresas do setor hoteleiro, postos de combustíveis e instituições de pagamento que mantinham contabilidade paralela, dificultando o rastreamento dos recursos.

Na manhã desta quinta, a operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão na capital, Grande São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ressaltou a importância da nova fase para as investigações.

“Nesta nova fase, cumprimos dezenas de mandados de busca e apreensão em várias regiões do estado. Todo o material apreendido será analisado para avançar nas investigações. Com a força dessa integração entre PM, MP e demais instituições, seguimos firmes para proteger a sociedade e enfraquecer o crime organizado”, disse.

As investigações começaram em 2020, quando a Polícia Militar encontrou uma casa de jogos clandestinos em Santos. Uma máquina apreendida era de um posto de combustíveis. O rastreamento levou a uma fintech que centralizava as transações e conectava diferentes grupos criminosos, inclusive em operações conjuntas como a compra de metanol.

Além dos postos e da fintech, a rede criminosa controlava empresas de fachada e motéis na Grande São Paulo e na Baixada Santista, movimentando milhões de reais. Foram identificados mais de 60 motéis que lavam dinheiro para o crime organizado, que movimentaram R$ 450 milhões entre 2020 e 2024.

8:00 PM  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


sao pedro