Jornalista relata o escândalo no TSE

O jornalista David Ágape, que levantou o escândalo do gabinete secreto de Alexandre de Moraes, participou de audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal para debater a anistia aos envolvidos na baderna de 8 de janeiro de 2023. O evento, proposto por Thiago Manzoni, reuniu parlamentares, advogados e familiares de presos.

Ágape relatou as dificuldades e os riscos enfrentados na investigação dos arquivos do 8 de janeiro, que revelaram ilegalidades e a existência de um gabinete de inteligência clandestino no TSE. "A decisão de publicar o material não foi apenas jornalística, mas também humana, movida pela certeza de que famílias aguardavam por justiça," disse.

O jornalista também criticou o silêncio de parte da imprensa, que preferiu ignorar as denúncias, amplamente documentadas. "Meu trabalho não tem caráter partidário. Não faço jornalismo para defender Bolsonaro ou qualquer político, mas para expor injustiças e defender os direitos humanos," reiterou.

A audiência contou com depoimentos marcantes, como o de Luiza Cunha, filha de Cleriston Pereira da Cunha, o Clesão, que relatou a dor da família após a morte do pai na prisão, onde estava preso sem razão. Foi feito um minuto de silêncio ainda em memória de Charlie Kirk, assassinado por um esquerdista nos Estados Unidos.

O plenário também aplaudiu de pé a trajetória do advogado Luiz Felipe Pereira da Cunha, falecido dias antes, lembrado por sua defesa de réus do 8 de janeiro e pela denúncia contra Alexandre de Moraes à OEA.

Entre os participantes da audiência estiveram também o jornalista Eli Vieira e a defensora pública Bianca Cobucci Rosière, autora do livro 8 de janeiro e o direito penal do inimigo e organizadora da coletânea In Verbo Veritas, que incluiu um artigo de Ágape sobre o Complexo Industrial da Censura.

Rosière destacou que “cabe, de fato, ao STF analisar a constitucionalidade das leis, mas jamais impor a sua vontade”, defendendo que a anistia, por ser prerrogativa do Congresso Nacional, não poderia ser obstada pelo Judiciário.

A defesa dos direitos humanos no cárcere e as críticas ao STF marcaram a sessão. O advogado Hélio Júnior, responsável pela defesa de 125 presos do 8 de janeiro, detalhou violações graves nas penitenciárias do DF, desde a superlotação (mais de 15 mil presos em 9 mil vagas) até tortura, má alimentação e presos dormindo no chão. Com A Investigação (https://www.ainvestigacao.com).

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sao pedro