Sem negociar, exportação da Bahia desaba
Sem nenhuma autoridade disposta a negociar com o governo americano, as exportações baianas já desabaram emj julho. Ao contrário de governadores como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que discutiu tarifas diretamente com os EUA e conseguiu deixar boa parte dos produtos paulistas fora da lista, o da Bahia não tomou iniciativa.
Jerônimo Rodrigues (PT) se omitiu e continua esperando que alguma solução venha do governo federal. Porém, o chefe de governo Lula da Silva (PT) se recusa a negociar ou sequer ligar para Trump. Também deu ordem para que os diplomatas não façam nenhuma negociação em torno do assunto.
Em meio a tudo isso, as exportações baianas tiveram uma queda brutal de 26,3% em julho, motivada por um recuo do volume embarcado em 24,1% e retração nos preços médios de 3%, comparados com igual mês de 2024. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Os principais segmentos perderam volume, com exceção de papel e celulose, porque os empresários do setor negociaram com Trump e conseguiram que os produtos ficassem na lista das 700 exceções. O setor registrou um aumento de 5,9% no volume de embarques no comparativo interanual.
Em compensação, os preços da celulose caíram 24,7% no mercado internacional, reduzindo as receitas em 20,3%. O setor que mais exporta, soja e derivados, despencou 32,7%. O mesmo aconteceu com o de derivados de petróleo ( -74,3%), o químico (-14,7%), o de derivados de cacau (-14,3%), o algodão (-22,6%) e os minerais (-37,6%).
Não houve, na Bahia, antecipação de embarques para os EUA em função do tarifaço americano. As vendas para os EUA no mês recuaram tanto em volume (-12,4%), quanto em valor (-3,6%). Além da tarifa de 10% anunciada no início de abril, os EUA divulgaram em julho imposto adicional de 40%, totalizando 50%, a partir do dia 6.
Da lista de produtos exportados pela Bahia, cerca de 40% do volume ficou de fora do tarifaço por negociação direta dos empresários com os EUA. Foi o caso da celulose, dos derivados de petróleo e do sisal. Na outra ponta, as importações caíram 18,2% devido à contínua redução no ritmo da atividade econômica.
Com os resultados apurados em julho, a Bahia exportou no acumulado do ano US$ 6,28 bilhões, queda de 2,6% ante o mesmo período do ano anterior. As importações somaram US$ 5,28 bilhões, também com recuo de 19,2% no período. O saldo comercial da Bahia até julho chegou a US$ 1 bilhão.
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