Sem diplomacia, pacote é quase inócuo
Serão limitados e temporários os impactos da iniciativa do regime de Lula da Silva (PT) através de um pacote de R$ 30 bilhões em crédito subsidiado (que terá que ser pago depois) para empresas afetadas pelo tarifaço de 50% dos EUA. Esta é a avaliação do consultor corporativo Wagner Pagliato, ouvido pelo Diário do Poder.
Coordenador do curso de Ciências Contábeis e do MBA em Controladoria e Finanças Corporativas da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), ele diz que, mesmo tardio, anunciado após sete dias da vigência do tarifaço, o plano é uma reação necessária para evitar um vácuo político e dar fôlego imediato às empresas mais pressionadas.
Mas não garante resultados sustentáveis. “O pacote oferece alívio rápido de liquidez, preserva cadeias produtivas regionais e sinaliza compromisso com os setores atingidos. No entanto, sem ações estruturais e diplomáticas, o impacto será limitado e temporário”, avalia o especialista.
Pagliato afirma que a eficácia do pacote “Plano Brasil Soberano” dependerá da evolução do cenário. E alerta que o Brasil precisará de medidas adicionais, caso o tarifaço se prolongue. “É fundamental complementar com estratégias de diversificação de mercados, fortalecimento da competitividade e negociações diplomáticas".
“Se a renda não for preservada e as exportações não se recuperarem, pode haver retração no consumo e manutenção artificial de empresas pouco competitivas. A manutenção de juros elevados nos EUA tende a valorizar o dólar e pressionar a inflação doméstica," conclui.
As medidas anunciadas nesta quarta-feira eram necessárias, avalia a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (FecomercioSP). Porém, ela alerta que as mercadorias não serão realocadas em outros mercados no curto prazo, por isso as empresas que as produzem estão sujeitas a impactos mais sérios.
"É preciso também que o governo não aumente ainda mais a tensão diplomática com a Casa Branca. O momento é de evitar declarações retaliatórias e evitar discussões públicas improdutivas. É mais relevante negociar com responsabilidade e moderação", afirma a entidade.
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