O maior viajante "de muletas" do país

Há 22 anos, numa tarde chuvosa no Rio Grande do Norte, próximo a Mossoró, um taxista vacilou no volante e causou o acidente que mudaria a vida de Luiz Thadeu Nunes e Silva. De forma irresponsável, o taxista atendeu o celular e perdeu o controle do carro, que bateu de frente com uma carreta.

O agrônomo, que estava no banco de passageiro, teve uma fratura exposta no fêmur esquerdo. Depois daquela sexta-feira, quando tinha 44 anos, Luiz foi submetido a 43 cirurgias e passou cinco anos em hospitais. Quando terminou a maratona, o agrônomo maranhense decidiu conhecer o mundo. O ano era 2009.

Desde então, ele visitou 151 países. Mas faltava conhecer o "país" do cacau. Não falta mais. Colunista do jornal A Região, Luiz Thadeu desembarcou em Itabuna nesta semana. Na segunda-feira, em evento promovido pelo jornal, o viajante e escritor mostrou o livro autobiográfico "Das muletas fiz asas", em que narra suas aventuras pelo mundo.

Na segunda-feira à tarde, conversou com o jornalista Marcel Leal no programa Mesa Pra 2 especial, na Morena FM. À noite, proferiu palestra aberta ao público no auditório do Ciebtec, onde terminou muito aplaudido e respondeu poerguntas da plateia. Na terça, contou episódios marcantes de suas viagens no Conexão Morena, da mesma rádio.

Segundo Luiz Thadeu, por não ser um homem rico, só foi possível bancar o desejo de viajar o mundo porque sempre teve o hábito de poucos gastos, focado em poupar para o futuro. Também apresentou sua tese sobre a capacidade de adaptação. "Se é possível suportar a morte da pessoa amada, se adaptar a uma limitação é menor".

"Uma perna quebrada é muito pouco, diante de um problema desse", resumiu. Homem de fé e convicções, Luiz pincela suas memórias com bom humor. "Tenho visto o pessoal se queixar que não tem dinheiro, tempo nem tesão. Eu tenho os três. Não é muito, mas é bem administrado. E Isso me leva para frente".

A cura de uma perna quebrada costuma ser citada como síntese do tipo de relação solidária que deu origem às civilizações. Por experiência própria, Luiz Thadeu pode dizer que encontrou na família a evolução civilizatória, sem esquecer de mencionar a qualidade dos hospitais e profissionais de saúde a que teve acesso:

"Minha mulher e meus filhos me deram o suporte necessário para que eu conseguisse atravessar aquele deserto todo. Em segundo lugar, tive um aparato hospitalar muito bom, apoio moral, espiritual. Isso tudo é necessário para você atravessar uma emergência que mudou toda a minha vida".

8:22 PM  |  


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sao pedro