Depoimento no STF alimenta revolta

Filipe Martins fez nesta quinta-feira sua auto-defesa no Supremo Tribunal Federal e escancarou os abusos cometidos contra ele durante o processo: preso político, censurado, em regime de prisão domiciliar sem julgamento nem condenação. O motivo da prisão foi uma viagem aos EUA que ele não fez e a Polícia Federal tinha esta informação.

O delegado que prendeu Filipe sabia, há meses, que ele não tinha viajado para os EUA o que, por sinal, não seria crime. A Latam já tinha confirmado que na época da suposta viagem aos EUA ele estava embarcado num avião em viagem doméstica. "Bastaria ao delegado Fábio Shor fazer um ofício ao Anac e ver a geolocalização que já tinha".

A avó de Filipe Martins. de 99 anos, que não pode visitá-lo, chora todos os dias. Perdeu o convívio com sua filha de 5 anos, que mora em local de difícil acesso, e aniversaria amanhã. Foi proibido de falar ou dar declarações a qualquer pessoa ou à imprensa até que chegasse este momento do processo.

Denunciou também a aceleração do processo e a "falta total de paridade de armas entre acusação e defesa". Relatou a tortura que sofreu na cadeia, ao ser confinado por dez dias em uma solitária - e no escuro, sem iluminação, o que configura tortura. Apesar da gravidade da denúncia, o juiz auxiliar não demonstrou qualquer preocupação com ela.

O deputado federal Marcel Van Hatten comentou que "os abusadores de autoridade que fizeram tudo isso com Filipe e tantos outros brasileiros inocentes é que terão de passar em breve por investigação e julgamento. Acabarão condenados, sem anistia. E haverá de ser concedida indenização para as vítimas de seus abusos e ilegalidades".

O relato de Filipe Martins gerou revolta na internet. Na rede X, centenas de pessoas criticaram as açõe dos ministros do STF, com destaque para Alexandr3 de M0raes, mas igualmente condenando os colegas por omissão e apoio a ele.

7:40 PM  |  


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sao pedro