Cacau adere à irrigação de precisão

'O Brasil está prestes a retomar espaço no cenário internacional da cacauicultura, e um dos motores desse movimento será a irrigação de precisão". A análise é de Emerson Silva, gerente de Iniciativas Comerciais da Netafim, que participou do evento Cacauicultura 4.0, realizado nesta semana em Barreiras (BA).

“O mercado está acelerando e vai acelerar mais. Existe um déficit global de mais de um milhão de toneladas de cacau, e o Brasil tem todas as condições para atender essa demanda reprimida, especialmente no Norte de Minas, Oeste da Bahia e Matopiba. E esse cacau será, inevitavelmente, irrigado", afirma.

Com cerca de 70% do cacau mundial concentrado na África, o Brasil aposta na combinação de escala e tecnologia para se consolidar como player global. Entre os temas em debate no evento, o uso da irrigação de precisão foi apontado como fator determinante para viabilizar a cultura em regiões de clima desafiador.

É o caso do Matopiba, que concentra cerca de 2,25 milhões de hectares cultivados por 1.300 produtores. “A irrigação localizada é a mais vantajosa em regiões como esta, onde a disponibilidade hídrica é menor, pois otimiza o uso da água e permite ao produtor expandir mais área com o mesmo recurso”, explica Emerson Silva.

A Netafim vem estruturando uma proposta de valor específica para a cacauicultura, com soluções adaptadas tanto às áreas tradicionais quanto às novas fronteiras produtivas. Para o especialista, o crescimento da cacauicultura irrigada no Brasil é uma questão de tempo, mas exige inovação e mecanização.

“Além da irrigação, há gargalos como a mão de obra. O cacau tradicional demanda um homem para cada cinco ou seis hectares, o que é inviável em áreas de mil, dois mil hectares. Por isso, a mecanização, principalmente na poda e na colheita, é essencial. O setor já investe em inovações para reduzir essa dependência," analisa.

A Netafim promoveu, paralelamente ao evento, um workshop técnico com nove distribuidores. “Esse workshop foi o ‘dia zero’ da nossa estratégia. Trabalhamos questões técnicas e de posicionamento, demandas de materiais e processos, e traçamos planos específicos para cada perfil de produtor", explica Michele Silva, diretora de marketing.

“É necessário investir em ciência, inovação e persistência. Não dá para fazer cacau como no passado. Cada região tem um perfil diferente de clima, solo e produtor, e o desafio é entregar soluções sob medida. O mercado está comprador e o Brasil tem potencial para ser um dos grandes players globais”, conclui Emerson Silva.

10:12 PM  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


sao pedro