Amchan quer diálogo sobre a taxação

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), se reuniu, nesta terça, com empresários da indústria para discutir o “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última semana. O encontro foi no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

No mesmo dia, em Brasília, o governo federal também se reuniu com empresários para discutir as tarifas impostas pelo republicano. O chefe do executivo paulista traça rotas alternativas para negociar o tarifaço de Trump. Na última sexta-feira, ele esteve com o encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar.

Entre janeiro e junho, a corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos somou US$ 41,7 bilhões - o segundo maior valor da série histórica. As exportações brasileiras aumentaram 4,4%, totalizando US$ 20 bilhões, com destaque para carne bovina (+142%), sucos de frutas (+74%), café não torrado (+39%) e aeronaves (+12,1%).

Por sua vez, as importações de produtos norte-americanos cresceram em ritmo mais acelerado, com alta de 11,5%, somando US$ 21,7 bilhões. Como consequência, os Estados Unidos registraram um superávit de US$ 1,7 bilhão no período. Apesar do desempenho geral positivo, setores estratégicos já começam a apresentar retração.

Entre os 10 principais produtos que tiveram queda nas exportações, oito deles estão sujeitos a aumentos tarifários e serão afetados pelos 50%, como celulose (-14,9%), motores (-7,6%), máquinas e equipamentos (-23,6%), manufaturas de madeira (-14,0%) e autopeças (-5,6%).

Diante da perspectiva de elevação das tarifas para 50% a partir de 1º de agosto, a Câmara de Comércio Brasil - EUA, a Amcham, reitera a urgência de um esforço diplomático de ambos os governos em busca de uma solução pragmática e equilibrada. "O risco de impactos severos sobre empregos, investimentos e cadeias produtivas exige diálogo".

“Estamos diante de um grave cenário que pode inviabilizar boa parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos, sobretudo de bens industriais, com prejuízos para ambas as economias. O caminho deve ser o entendimento, que sempre caracterizou as relações entre Brasil e EUA”, conclui Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

3:57 PM  |  


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sao pedro