Prefeitos afrontam a Lei Luiz Gonzaga
O vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região, Jorge Barbosa, se soma às críticas que A Região vem fazendo, nos últimos anos, sobre a destruição das tradições nordestinas por prefeitos e os governadores da Bahia. Desde que Rui Costa (PT) assumiu, o estado contrata artistas "alienígenas" para o São João.
A tradição continua com o atual, Jeronimo Souza (PT), que contratou Simone Mendes, João Gomes, Leonardo e Solange Almeida, artistas que não têm nada a ver com a tradição junina do forró, xote e baião. Eles serão enviados para dezenas de festas de prefeituras do interior, onde a alienação do forró já é grande.
"Infelizmente, a tradição artístico‑cultural das belas festas juninas, importante manifestação cultuada sobretudo no Nordeste, está sendo destruída pelos próprios nordestinos, guiados por seus agentes políticos, especialmente os prefeitos que, na hora de contratar artistas, priorizam nomes desvinculados dos gêneros musicais da festa".
Jorge destaca o domínio de música sertaneja, do sudeste e do centro-oeste, em detrimento dos artistas de forró da Bahia, como Targino Gondim e Cacau com Leite. Ele lembra que tanto o governador quanto os prefeitos estão infringindo a lei Lei 14.793, de 5 de janeiro de 2024 (Lei Luiz Gonzaga).
Ela determina que 80 % dos recursos públicos destinados às festas juninas sejam aplicados na contratação de artistas, bandas e manifestações ligadas à cultura regional nordestina, ou seja, forró, xote, baião. "A lei visa reconhecer a importância do forró como manifestação da cultura nacional e garantir a preservação da tradição das festas juninas".
Na prática, a Lei Luiz Gonzaga vem sendo ignorada e os prefeitos não recebem nenhuma punição. É raro encontrar uma festa pública "junina" no interior baiano com mais de 20% de forró. A maioria enche a grade com artistas de sertanejo e arrocha, pagos a preços inflados. Para cada "arrocha" daria para contratar quatro ou cinco forrozeiros.
Artistas como Targino, Flavio José, Elba Ramalho, Adelmário Coelho, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Calcinha Preta e Magníficos vêm sendo trocados por sertanejos e arrocheiros com sanfona, vendidos como "de forró" por prefeitos que ainda afrontam nossa inteligência dizendo que "valorizam a tradição nordestina".
"A maioria dos municípios está despendendo valores milionários na contratação de artistas do Sudeste e do Centro‑Oeste, mensageiros de outros gêneros musicais, sem falar em artistas regionais igualmente desconectados das tradições das festas em homenagem aos santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro", diz Jorge.
"A presente geração de políticos presta um grande desserviço à nossa cultura e tradição, e cabe ao Ministério Público, guardião da lei, uma ação efetiva no sentido de exigir o cumprimento da Lei 14.793 e o respeito à cultura popular nordestina e aos nossos amados ícones," completa. O jornal A Região e a Morena FM, de Itabuna. assinam embaixo.
Há mais de 30 anos a Morena FM mantém a tradição do Xamêgo da Morena, maior programação de forró do rádio brasileiro, que começa nesta sexta, dia 20, a partir das 17h. A maratona de forró tradicional, xote e baião segue 24h por dia, sem parar, até a meia-noite da terça, 25, incluindo entrevistas e canjas com artistas. Serão 120 horas.
O Xamêgo da Morena pode ser acompanhado de várias maneiras. Em casa, no carro e em arraiás do sul da Bahia, basta sintonizar em 98.7Mhz. Na rua ou em qualquer lugar do mundo, no celular, pelo app Android da rádio ou pelo TuneIn (iPhone). Em outras cidades, basta acessar morenafm.com ou portais como o radios.com.br
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