Híbrido e elétrico são 7,7% do mercado

A mobilidade elétrica se consolida como uma das grandes apostas do setor automotivo no Brasil. Aquilo que há uma década parecia uma visão futurista, hoje se consolida como uma opção cada vez mais real para consumidores, governos e fabricantes. Em 2025, o país começou o ano com números animadores.

As vendas de veículos 100% elétricos e eletrificados no Brasil registraram aumento nos primeiros meses, refletindo a conjunção entre políticas de incentivo, avanços tecnológicos e mudanças nas preferências. Os dados mais recentes revelam que o país manteve a tendência de alta de 2024 e alcançou marcos parecidos com os da Europa e Ásia.

Em maio de 2025, as matrículas de veículos elétricos a bateria (BEV) atingiram 6.969 unidades, um recorde histórico para a categoria, de acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Esse volume representou um crescimento de 48,2% em relação a abril (4.702) e de 34,7% sobre maio de 2024 (5.175 veículos).

O segmento dos híbridos plug-in (PHEV) também desempenha um papel decisivo no mercado. Em maio, foram registradas 7.581 unidades PHEV, 45,5% da quota total de veículos elétricos, contra 41,9% dos BEV. Juntos, os BEV e PHEV representam 87% das matrículas de veículos elétricos, com 14.550 unidades vendidas.

Há um ano, em maio de 2024, a participação desses modelos no segmento de veículos elétricos era de 60,6%, enquanto em maio de 2023 representavam apenas 47%. Considerando todas as tecnologias elétricas a bateria, híbridos plug-in, híbridos convencionais e híbridos flexíveis, as vendas em 2025 somaram 71.324 unidades.

É um aumento de 19,5% em comparação com as 59.669 do mesmo período de 2024. Somente em maio, foram vendidos 16.641 veículos leves elétricos, 12,7% a mais que em abril e 22,25% a mais que em maio de 2024, quando foram 13.612 unidades.

Além disso, a participação desses modelos no mercado de automóveis de passeio e veículos comerciais leves atingiu 7,76%, considerando 16.641 veículos elétricos de um total de 214.383 matrículas, de acordo com a Fenabrave.

A aceleração do mercado de veículos elétricos responde a vários fatores. Em primeiro lugar, a ampliação do portfólio de modelos, com novas marcas, especialmente da Ásia, e o lançamento de versões em diferentes faixas de preço.

Além disso, a expansão da infraestrutura de recarga, com estações localizadas em rodovias, centros urbanos, supermercados e condomínios, reduziu a “ansiedade pela autonomia” e fortaleceu a confiança dos usuários para adotar veículos que dependem exclusivamente de tomadas.

A distribuição regional das vendas de veículos elétricos mostra uma concentração ainda predominante no Sudeste, com 48,8% do mercado, seguido pelo Sul (17,4%), Nordeste (16,8%), Centro-Oeste (13%) e Norte (4%). No entanto, a ABVE destaca que a diferença entre as regiões vem se equilibrando mês a mês, graças a incentivos estaduais.

Além das isenções ou reduções no IPVA, a expansão das redes de concessionárias e a implantação de carregadores públicos e privados em estados tradicionalmente atrasados têm ajudado. Em particular, as regiões Nordeste e Norte vêm aumentando gradualmente sua participação.

Um exemplo é Itabuna, no sul da Bahia, que há um ano possuia somente dois pontos de recarga e nenhuma revenda de veículos elétricos. Hoje ela tem uma revenda da BYD e soma 49 pontos de recarga cadastrados pela concessionária. Alguns prédios já instalaram o equipamento, assim como o Shopping Jequitibá.

Porém, os híbridos convencionais estão em tendência de queda. Os HEV e HEV Flex perderam terreno para os BEV e PHEV, uma evolução natural do amadurecimento do mercado elétrico. Essa dinâmica reforça a ideia de que a eletrificação total se perfila como o destino final do parque automotivo.

Entre os modelos mais vendidos do mês, destacaram-se os totalmente elétricos. O BYD Dolphin Mini liderou as vendas no varejo com 2.578 unidades, superando modelos tradicionais como o Hyundai HB20 e o Fiat Argo. A crescente presença de marcas chinesas no ranking reflete a aceitação de veículos elétricos acessíveis.

Impulsionado por investimentos estrangeiros, como os 10.000 pontos de carga que a DiDi Chuxing instalará nos próximos anos, o país começou a reduzir seu atraso em relação a potências como China e Estados Unidos. Esse investimento único elevaria a infraestrutura brasileira de recarga em 67% e se soma a iniciativas locais.

Entre o final de 2023 e o início de 2025, o Brasil quase triplicará seu número de carregadores públicos, chegando a mais de 14.800 unidades, o que equivale a um carregador para cada 7,2 veículos elétricos, uma proporção próxima à dos Estados Unidos. No entanto, ainda existem desafios importantes.

Um é a distribuição desigual da infraestrutura, já que enquanto São Paulo oferece um carregador para cada 6,3 carros elétricos, enquanto estados como o Acre contam com apenas meia dúzia de pontos. É importante ressaltar que a carga doméstica continua sendo a mais utilizada por 9 em cada 10 proprietários brasileiros.

Eles optam por recarregar em casa, favorecidos por promoções de wallboxes gratuitos e o boom dos painéis solares. Além disso, a expansão dos carregadores de corrente contínua (CC), essenciais para viagens longas, tem sido fundamental. De novembro de 2024 a fevereiro foram instalados mais de 900, elevando o total para 2.430.

Paralelamente, o mercado segurador também evolui para responder às necessidades desta nova geração de veículos. Os carros elétricos requerem coberturas específicas, como proteção para baterias e carregadores, assistência especializada e responsabilidade civil em caso de incidentes ocorridos durante o carregamento.

Dado o alto custo de seus componentes e a demanda por técnicos qualificados, ter uma apólice adequada torna-se indispensável. Muitas seguradoras já oferecem descontos aos proprietários de veículos elétricos, incentivos à sustentabilidade e até programas de compensação de carbono. Com O Melhor Trato.

5:43 PM  |  


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sao pedro