Depoimento desmonta tese do 'golpe'
Em depoimento contundente nesta segunda-feira, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), trouxe à tona detalhes dos bastidores políticos vividos no final do mandato, apontando um ambiente de alta tensão e manobras para influenciar decisões presidenciais.
Porém, deixou claro que não houve qualquer ação inconstitucional de Bolsonaro. Cid relatou que havia uma forte pressão das Forças Armadas para que o presidente assinasse um decreto que, segundo ele, poderia envolver “ação militar, estado de defesa ou estado de sítio”.
“Toda pressão que estava sendo feita em cima do presidente era para que ele assinasse o decreto”, afirmou o oficial, pontuando que não sabe exatamente qual decreto era esse, mas reforçando que o objetivo era provocar uma resposta mais dura à crise política do país.
Um dos pontos centrais do depoimento de Cid é a informação de que havia articulações, inclusive dentro das Forças Armadas, com o objetivo de pressionar o Alto Comando a agir. “Se o general Freire Gomes não fosse fazer nada, uma das alternativas seria trocar os comandantes para que o próximo comandante do Exército assinasse".
O advogado de Bolsonaro soltou, durante o depoimento, a gravação de um telefonema de Cid, que está nos autos, para o general Freire Gomes, onde ele deixa claro e relata que o presidente não aceitou nenhuma pressão e, em momento algum, falou em tomar qualoquer medida contra a posse de Lula. Ao contrário, pediu para não insistir.
A gravação e a própria fala de Mauro Cid desmontam a narrativa impulsionada por setores da esquerda que insistem em pintar Bolsonaro como alguém disposto a promover um golpe. Ao contrário, o depoimento mostra um presidente cercado por pressões, mas que não avançou em direção a uma ruptura institucional.
Trata-se de um relato que recontextualiza o papel de Bolsonaro no momento mais crítico de seu governo e evidencia que, mesmo diante de fortes influências, não tomou a decisão que muitos esperavam – ou temiam.
Ao citar o general Freire Gomes, Cid mostra que nem todas as engrenagens do poder estavam alinhadas com ideias de ruptura, o que reforça a responsabilidade institucional de figuras-chave no Exército — e desmonta a tese de conivência das Forças Armadas com qualquer medida autoritária.
Cid depõe na condição de réu e delator, no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Com Diário do Poder.
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