Saiba como é feita a eleição do Papa
A morte do Papa Francisco deu início à escolha de um novo pontífice, mas nem todo mundo sabe como ela acontece. A eleição é feita num conclave, uma reunião de todos os cardeais que podem votar. Eles precisam ter menos de 80 anos para participar da votação.
É possível eleger um Papa mais idoso, porém improvável, porque o cargo demanda uma rotina muito pesada, incompatível com uma idade avançada. Francisco, por exemplo foi eleito aos 76 anos. Existe muita conversa sobre a possibilidade da eleição de uma Papa brasileiro, mas ela é remota e a tendẽncia atual é de um europeu.
O Colégio de Cardeais faz várias reuniões antes do conclave, onde discutem o perfil ideal do sucessor e quem deve concorrer. Assim, ao chegar ao conclave, a decisão pode ser mais rápida. Para ser eleito, o cardeal precisa de dois terços dos votos. Se não alcançar, os dois mais votados disputam de novo, até que um chegue aos dois terços.
Assim que um Papa morre, seu lugar é considerado vago e a administração do Vaticano passa para ao Carmelengo, homem de confiança escolhido pelo Papa. É ele quem deve comprovar oficialmente a morte e redigir a ata do falecimento. Também convoca os cardeais para o conclave, recolhe o selo e o anel pontifícios.
Ele faz o sorteio dos três cardeais escrutinadores, que vão verificar e contar os votos. Outros três são sorteadoss para recolher os votos dos cardeais que adoecerem durante o conclave. Eles ficam isolados em aposentos da Capela Sistina. Por fim, são sorteados três cardeais revisores, que vão fiscalizar os trabalhos.
Na votação, cada cardeal pega um papel branco com a inscrição ''Eligo in summum pontificem'' (Elejo como Sumo Pontífice) e um espaço para escrever o nome. A caligrafia deve ser clara e em letras maiúsculas. O voto é dobrado ao meio e apertado entre as mãos, enquando se diz uma oração pedindo iluminação divina na escolha.
Os cardeais mais velhos votam primeiro. Cada um leva seu voto até uma mesa colocada ao lado do altar-mor e deposita numa bandeja de prata. Depois, usa a bandeja para jogar o voto num vaso de vidro. Após a votação, um cardeal leva o vaso até a mesa de contagem. Antes, ele agita o vaso para misturar os votos.
Em seguida, transfere todos para um segundo vaso, contando em voz alta, para que todos saibam se a quantidade de votos corresponde a de cardeais presentes. O primeiro escrutinador tira um voto, desdobra e anota o nome do escolhido. Passa o voto ao segundo escrutinador, que faz igual e entrega ao terceiro, que lê o nome em voz alta.
É feito assim com todos os votos. O terceiro escrutinador então fura e costura cada boletim de voto com agulha e linha. A agulha tem que perfurar a palavra latina eligio (elejo). Em seguida todos os votos, costurados, são colocados num terceiro vaso. Depois os três escrutinadores somam os votos que anotaram.
Os cardeais revisores contam os votos costurados e conferem o número total com o registro dos escrutinadores. A votação pode ser repetida até sete vezes em três dias. Se não houver um resultado, a eleição é suspensa por um dia para novas conversas entre os cardeais. O processo se repete até haver um vencedor.
Todas as anotações, boletins e votos são levados pelo Carmelengo para ser queimados num fogão. A fumaça desta queima pode ser preta, com a adição de produtos químicos para chegar a essa cor, ou branca. A preta indica que não houve escolha e o processo será repetido. A branca indica que um novo Papa foi eleito.
Para conseguir a fumaça preta, são usados perclorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto para a branca se inclui potássio, lactose e colofónia (uma resina natural). Todos os cardeais são obrigados a manter segredo absoluto sobre o conclave e não podem se comunicar com ninguém durante sua realização.
A regra do sigilo é extensiva a todas as pessoas que prestam apoio técnico ou logístico. Se alguém for flagrado com um receptor, transmissor ou gravador, será imediatamente expulso e punido com sanções que podem chegar à excomunhão, menos no caso dos cardeais eleitores.
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