Câncer de cabeça preocupa na Bahia

O câncer de cabeça e pescoço, que engloba tumores na cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal, seios da face, tireoide e glândulas salivares, tem se tornado uma preocupação crescente na Bahia. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o estado registra anualmente cerca de 10.070 novos casos desse tipo de câncer.

O Nordeste tem a segunda maior incidência no país, atrás apenas do Sudeste. “O câncer de cabeça e pescoço, quando diagnosticado precocemente, tem altas taxas de cura. No entanto, boa parte dos casos ainda chega em estágio avançado, o que dificulta o tratamento”, alerta o cirurgião Paulo Guilherme Mettig.

Ele é presidente da Cooperativa de Cirurgiões de Cabeça e Pescoço da Bahia (CCP-BA) e lista os fatores de risco. Tabagismo, consumo excessivo de álcool e infecção pelo HPV estão entre os principais vilões. “A combinação de cigarro e álcool potencializa, em até 20 vezes, a chance de desenvolvimento desse tipo de câncer”, explica.

Além disso, a exposição solar sem proteção também contribui para casos de câncer de lábios. A má higiene oral, por sua vez, amplia o risco de câncer de boca e vias aéreas altas. Já o HPV, frequentemente associado ao câncer de colo de útero, também tem relação direta com os tumores de orofaringe.

Paulo destaca os sinais de alerta, como feridas na boca que não cicatrizam, rouquidão persistente, dor de garganta prolongada, dificuldade para engolir, nódulos no pescoço, manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na boca e perda de peso sem motivo. "Esses são alguns dos principais sintomas", esclarece.

Segundo o cirurgião de cabeça e pescoço Ivan Agra, diretor técnico da CCP-BA, “é fundamental que qualquer sintoma que persista por mais de 15 dias seja avaliado por um especialista. O tempo é um fator crucial para o sucesso no tratamento”, reforça. O diagnóstico envolve exame clínico, exames de imagem e biópsia.

A Bahia conta com cirurgiões qualificados e preparados para tratar doenças oncológicas de alta complexidade com cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. “A rapidez do diagnóstico e do início do tratamento, assim como os avanços nos tratamentos aumentaram as chances de cura, mesmo em casos mais avançados”, ressalta Ivan.

Em casos avançados de câncer de cabeça e pescoço, a abordagem paliativa, incluindo a mistanásia, torna-se fundamental para garantir qualidade de vida ao paciente. “A mistanásia envolve um cuidado integral, focado no alívio dos sintomas e na melhora do conforto do paciente, mesmo quando a cura não é mais possível".

"Esse cuidado humanizado é essencial para que os pacientes e seus familiares enfrentem esse momento difícil com dignidade”, completa o cirurgião.

Com mais de uma década de atuação, a CCP-BA defende a autonomia médica, a negociação justa com operadoras e a valorização da prática médica ética e plural. “A CCP-BA é um modelo que equilibra os interesses dos médicos e dos pacientes, garantindo transparência e, principalmente, qualidade no cuidado", diz Paulo Mettig.

Ele deixa um recado para que quer evitar as doenças. “Parar de fumar, moderar o consumo de álcool, usar protetor solar e ficar atento aos sinais que o corpo dá são atitudes que podem salvar vidas”, conclui o cirurgião de cabeça e pescoço.

7:08 PM  |  


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sao pedro