Acusadoras de Mangabeira são ouvidas

O médico Antonio Mangabeira começa a ter seu caso estudado pela Justiça nesta segunda-feira. E é a primeira tomada de depoimentos de dois dos 29 processos de assédio sexual imputados ao profissional. A primeira denúncia foi feita há dois anos, mas foi a segunda, de um ano atrás, que casuou impacto.

Nesta audiência, serão ouvidas as testemunhas dos dois casos, já concluídos pelo Ministério Público e enviados ao judiciário. O médico será ouvido por último, para que tenha a oportunidade de desmentir as acusações. Ele vem negando ter cometido qualquer ato indevido com suas pacientes.

O caso ganhou repercussão no meio de 2024, quando a agente de saúde Romilda Souza o acusou de estupro durante um atendimento médico. Depois que a denúncia saiu na mídia, a empresária Carlessandra Pereira apareceu para relatar que tinha denunciado Mangabeira, um ano antes, ao Ministério Público.

Romilda foi a três consultas com o profissional. Na terceira, concluiu que o suspeito abusou dela nas três ocasiões. Logo após a terceira consulta, ela registrou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Carlessandra afirma que viu o depoimento de Romilda e tomou coragem para contar seu caso.

Conforme a empresária, o médico a assediou sexualmente durante consulta em julho de 2023. Na época, ela o denunciou à Polícia Civil e ao Ministério Público, mas ainda não tinha qualquer resposta das instituições. Sem citar nomes, ela disse que, no calor do momento, foi convencida a manter o caso longe da opinião pública.

Na época da segunda denúncia, no Conexão Morena, da Morena FM, o jornalista Oziel Aragão compartilhou o relato de Carlessandra. A mulher disse que, no começo, não entendeu o que estava acontecendo. “Só percebi que era um abuso sexual quando ele pediu para eu ficar em pé".

"Fiquei de pé, com as pernas juntas, e ele pediu para eu abrir os braços. Ele veio por trás, me abraçou pegando na minha virilha e eu senti ele com o pênis encostado em mim”. A empresária disse que, no Ministério Público, ouviu que novas denúncias contra o médico poderiam ser anexadas às em andamento.

O advogado Allah Góes participou do Conexão Morena naquele dia e comentou a situação de Mangabeira. Segundo ele, o caso exige cautela, até porque o acusado ainda não se manifestou. Ainda assim, "quando mais de uma vítima denuncia o mesmo suspeito, a acusação ganha corpo. Fortalece. Não é algo isolado”.

Responsável pela cobertura mais completa sobre o caso, o jornalista Oziel Aragão também explicou a importância do cuidado com as palavras que a imprensa usa em episódios como esse, como o respeito aos direitos de todas as partes.

3:45 PM  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


sao pedro