Janones confessa crime mas fica impune
Ele cometeu crime de peculato, mas vai ficar impune. O deputado federal de extrema-esquerda André Janones (Avante-MG) confessou ter feito rachadinha em seu gabinete mas fechou um acordo "de amigos" para não ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República e julgado por associação criminosa, peculato e corrupção.
O esquema da “rachadinha” foi apurado pela Polícia Federal (PF), que colheu a confissão do criminoso, de que operou o esquema em seu gabinete da Câmara dos Deputados. Com o acordo, a PGR aceitou que ele devolva os R$ 131.500 roubados aos cofres da Câmara, além de pagar multa de R$ 26.300 (20% do dano ao erário).
Para se manter livre da Justiça, Janones terá de pagar R$ 80 mil até 30 dias depois de homologado o acordo. Mais R$ 77.800 em 12 parcelas mensais de R$ 6.484,48. Um acordo de pai para filho, beneficiando um criminoso que tinha entre suas vítimas as pessoas que trabalhavam para ele.
Outra exigência para Janones é que o deputado extremista interrompa qualquer prática ligada ao esquema investigado (!), não cometa novos crimes ou contravenções até o fim do cumprimento do acordo (depois pode?) e declare não ter firmado acordos similares, nos últimos cinco anos, e não responder a outros processos criminais.
O ex-juiz e senador Sérgio Moro criticou a manutenção do mandato. "A lei não deveria permitir esse tipo de acordo para crimes contra a Administração Pública, mas, já que permite, o acordo deveria incluir como condição necessária a renúncia ao mandato ou ao cargo. Vou apresentar projeto de lei para incluir essa exigência".
Aliado do regime de Lula da Silva (PT), o deputado, apelidado de “Rachadones” por adversários políticos, foi investigado pela PF após ser acusado por ex-servidores de seu gabinete de ficar com parte dos salários para quitar suas dívidas pessoais de R$ 675 mil, resultantes de sua campanha frustrada a prefeito de Ituiutaba (MG), em 2016.
O inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2023, pelo ministro Luiz Fux. Constam nos autos gravações em que Janones comunica aos funcionários sua decisão de implantar a “rachadinha”.
“Tem algumas pessoas aqui, com quem eu ainda vou conversar em particular depois... Vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou [sic] da minha campanha de prefeito”, diz o deputado, em um dos trechos da conversa que motivaram abertura do inquérito
O criminoso jamais negou ter operado a “vaquinha” criminosa, mesmo afirmando confiar na sua absolvição. Mesmo assim, teve arquivada representação em que o Partido Liberal (PL) pedia a cassação de seu mandato pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O parecer que garantiu a permanência de Janones no mandato foi elaborado pelo deputado federal, também de extrema-esquerda, Guilherme Boulos (PSOL-SP), anunciado nesta semana como futuro ministro de Lula.
À PGR, o deputado confessou que também pediu a um de seus assessores parlamentares um cartão de crédito para custear suas despesas pessoais, no início de 2019, “devido ao fato de estar com o nome negativado no SPC e Serasa”.
“Esse cartão foi utilizado pelo compromissário para pagamento de despesas pessoais durante os anos de 2019 e 2020. As respectivas faturas foram pagas pelo referido assessor," sem quitação por parte de Janones, admitiu. Com Diário do Poder
Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.
