Ilhéus pode ficar sem a hemodiálise

Ilhéus pode ficar sem hemodiálise, depois da denúncia e cobrança pública do Centro de Assistência Renal, especializado em serviços de nefrologia e hemodiálise. Ele lembra que funciona há 32 anos e avisa que pode encerrar os serviços nos próximos dias por causa de um calote da Prefeitura.

O dinheiro foi depositado pelo Ministério da Saúde, mas não são repassados pelo prefeito Mário Alexandre. Segundo o CAR, o calote é de quase R$ 1 milhão, "referentes a procedimentos já realizados e vem se acumulando na prefeitura desde os meses de julho, agosto, setembro, outubro, novembro", diz a nota.

A empresa diz que procurou o secretário municipal de saúde, mas não conseguiram receber. "Sem dinheiro para pagar folha de pagamentos, décimo terceiro salário, impostos, comprar materiais para hemodiálise, poderemos ter que fechar as portas", alerta o CAR.

Ele ainda informa que não existe outra opção de tratamento para as 260 pessoas que fazem hemodiálise no CAR e que elas terão que procurar ajuda em outros municípios. A nota, que é assinada por Neyde Vinhático Pontes, foi rebatida pela Prefeitura, mas ela acabou confirmando que deu calote.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, também por nota, "o argumento apresentado não condiz com a realidade". Diz que o Fundo Nacional de Saúde pagou agosto em 29 de outubro e setembro no dia 4 de novembro. Mas admite que não repassou os valores.

"Atualmente, as notas fiscais em aberto somam um total de R$ 192.872,36," alega, listando os débitos:

Cofinanciamento Estadual – Competência Julho: R$ 101.339,16 (recebido pelo município em 24/9);

Cofinanciamento Estadual – Competência Agosto: R$ 83.105,82 (recebido pelo município em 29/10);

Laboratório (Ente Federal) – Competência Agosto: R$ 4.181,20;

Laboratório (Ente Federal) – Competência Setembro: R$ 350,00;

Consulta (Ente Federal) – Competência Setembro: R$ 3.896,18;

FAEC (Ente Federal) – Competência Setembro: R$ 749.292,97 (recebido pelo município em 4/11).

Com isso, a Prefeitura diz que "não procede a afirmação de que a dívida ultrapassa o montante de R$ 1 milhão". O CAR não disse que "ultrapassa" e sim que "é de quase" R$ 1 milhão. E realmente é, já que, baseado na lista, a Prefeitura deve aproximadamente R$ 950.000.

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