E-comércio cresce mais em 3 estados
Em um intervalo de sete anos, os e-commerces de Alagoas, Goiás e Mato Grosso foram os que mais cresceram no Brasil, em termos de consumo, aponta um grande estudo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Já Acre e Mato Grosso do Sul apresentaram os saltos mais tímidos do período.
Surpreendentemente, o Rio de Janeiro também registrou um crescimento mais lento do que a maioria. Entre 2016 e 2023, o e-commerce brasileiro cresceu 286%, passando de R$ 53 bilhões em receitas para R$ 205 bilhões no ano passado, ambos os valores a preço de agosto de 2024.
Nesse processo, alguns estados são campeões, enquanto outros tiveram desempenhos menores. Os números mostram que, em Alagoas, as vendas do comércio eletrônico saíram de pouco mais de R$ 383 milhões, em 2016, para R$ 2 bilhões em 2023, um salto de 436,9%.
Em Goiás, essa alta é ainda mais impactante, de R$ 1,2 bilhão para R$ 6,2 bilhões no ano passado, alta de 399%. No Mato Grosso, que completa esse pódio, a subida foi de cerca de 374%. O Acre, por sua vez, apontou o pior desempenho, com um crescimento de 170% em sete anos (de R$ 101 milhões para R$ 274 milhões).
Só foi melhor que Roraima, que faturou R$ 206,3 milhões em 2023. Segundo a FecomercioSP, nenhum estado do Norte alcança R$ 1 bilhão em vendas online, muito por problemas logísticos, como estradas ruins e poucos acessos, especialmente nas áreas rurais, o que encarece o frete e torna os produtos menos competitivos.
Chamam a atenção, porém, os números do Rio de Janeiro. Embora seja o terceiro maior mercado consumidor do comércio eletrônico, com quase 10% de participação, as receitas subiram 226%, entre 2016 e 2023, bem abaixo da média nacional (286,7%). No ano passado, as vendas do setor somaram cerca de R$ 20 bilhões.
Na visão da Federação, a insegurança logística tem um peso decisivo nessa conjuntura, já que o excesso de ocorrências envolvendo cargas roubadas limita o envio de mercadorias, sobretudo para a capital, também encarecendo o frete.
O estudo foi produzido com base em uma série de relatórios de transações de notas fiscais do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, ligado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio (MDIC), no IBGE e em números coletados pela própria FecomercioSP.
Após o salto na pandemia, quando o setor chegou a crescer 80,9%, entre 2019 e 2020, as taxas de elevação das vendas têm arrefecido, mas sustentando o mesmo patamar. Em 2021, a alta foi de 34,1% em comparação ao ano anterior, e em 2022, de 9,9%. No ano passado, o setor praticamente ficou estagnado (0,2%).
Analisar a composição desse dado ajuda a entender o motivo de, nos estados, o comércio eletrônico também ter diminuído. Em São Paulo, um terço do setor no País, as receitas caíram 1,6% entre 2022 e 2023. Essa retração é sentida em todas as outras regiões.
Os mesmos problemas estruturais que frearam o crescimento entre 2016 e 2023 também causaram quedas mais acentuadas no Norte. Roraima teve o pior desempenho (-10,3%), seguido pelo Amapá (-6,1%) e Amazonas (-5,9%). Por outro lado, Mato Grosso do Sul cresceu 46,5% e o Piauí 18,3%.
Minas Gerais cresceu 3%, enquanto o Rio subiu 1%. O desempenho de Santa Catarina, que vem crescendo ano a ano, também foi bom (3,3%). Dentre as maiores quedas, além dos estados do Norte, destacam-se o Ceará (-7%) e o Paraná (-4,1%).
Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.
