'Nepoverba' gera desfiliações no PT
Um repasse de R$ 399 mil de recursos do fundo eleitoral para o filho do presidente do PT de Alagoas, Ricardo Barbosa, abriu uma crise interna e provocou desfiliação. Advogado desde 2019, Guilherme Barbosa recebeu o montante do partido, comandado pelo pai, por meio de sua empresa individual aberta em julho de 2022.
Ela tem um capital social de apenas R$ 1 mil. O repasse provocou uma reação contundente do advogado criminalista Welton Roberto, que anunciou sua desfiliação e denunciou o escândalo tratado nos bastidores petistas como suposto critério de favorecimento familiar.
Nas redes sociais, Welton Roberto lamenta que mais de 20 advogados alagoanos que trabalharam em 2022 para a campanha de Lula (PT) tenham sido “oportuna, seletiva e injustamente esquecidos”, quando o PT-AL recebeu R$ 2,2 milhões para as eleições e destinou quase R$ 400 mil (17%) para o filho de seu dirigente.
No Instagram, Guilherme Barbosa se apresenta como advogado tributário e eleitoral, especialista e professor pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários em Maceió e mestrando em Direito Público na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Ricardo Barbosa preside o PT em Alagoas desde 2017, mesmo tento exercido um só mandato de vereador de Maceió, de 2009 a 2012, após obter apenas 453 votos, em 2008. Isso porque foi “puxado” pelo antigo sistema eleitoral, por causa dos 29.516 votos da ex-senadora Heloísa Helena, quando ambos estavam filiados ao PSOL.
O dirigente petista nunca mais foi eleito, sendo derrotado como candidato a prefeito em 2020, a vice-prefeito em 2016 e a vereador em 2012. Negando estar julgando se as atitudes ligadas ao repasse seriam certas ou erradas, éticas ou antiéticas, morais ou não, Welton Roberto ressaltou discordar do pagamento.
E ainda citou outro repasse, de R$ 439 mil, para a empresa Sistêmica Assessoria Contábil S/S, que tem como sócio administrador Givaldo Leodoro Oliveira que, segundo o ex-petista, “também é ligada aos dirigentes partidários”. Ricardo e Guilherme Barbosa não responderam aos pedidos do Diário do Poder.
Mas o PT de Alagoas emitiu nota, publicada em reportagem do UOL. O partido considera que as reações ao repasse seriam “ataques midiáticos fascistas” para desqualificar a destinação de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Com Diário do Poder
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