Ferrovias baianas podem ser isoladas
Uma negociação em Brasília pode prejudicar a já insipiente malha ferroviária baiana. A empresa VLI quer renovar a concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) por mais 30 anos e vai defender isso em audiências públicas marcadas para acontecer entre 30 de setembro a 4 de outubro.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o estado precisa participar e criar uma grande mobilização para defender saus ferrovias. "Elas podem encolher ainda mais e causar impactos negativos à economia local, em particular à indústria, que utiliza esse modal para o transporte de sua produção", diz.
A audiência de Salvador será a última, em 4 de outubro. Pela proposta da VLI, todos os trechos da FCA que atravessam a Bahia, necessários para ligar o estado a Minas Gerais e Sergipe, serão descontinuados no novo contrato, com a devolução de 291 km na Bahia, que fazem parte de um lote de 2.132km da FCA.
Este trecho baiano vai de Bonfim a Petrolina e de Alagoinhas a Propriá. Além disso, nos outros 1.883km existe o trecho Corinto a Campo Formoso, de onde vão partir as ligações com as novas ferrovias a ser construídas na Bahoa. “Precisamos nos posicionar sobre a proposta que está em curso e defender esse trecho estratégico".
"O que está em jogo é a interligação da Bahia pela via ferroviária com outros centros importantes, o escoamento da produção de setores essenciais da nossa economia, como a mineração”, afirma o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos.
Ele afirma que a interrupção da operação da FCA na Bahia "abre caminho para a perda de cargas do trecho da FIOL entre Barreiras e Mara Rosa," um novo traçado que está sendo estudado pelo governo federal para substituir a ligação com Figueirópolis.
A FIEB defende que seja garantida formalmente, na renovação, a manutenção da operação no trecho baiano, enquanto o governo define qual modelo operacional será adotado para esta ferrovia. Somado a essa garantia, deverá acontecer investimento público para viabilizar as condições de operação do trecho.
“Não será possível atrair um investidor privado para operar, baseado nas condições atuais”, afirma Passos. Uma solução para esse investimento pode ser a utilização de recursos por meio do Capex (despesas de capital) proposto pela VLI.
Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.
