Policiais de SP querem melhor salário
Com salários entre os piores do País, sem reajustes consistentes e corroídos por perdas inflacionárias nas últimas décadas, delegados da Polícia Civil paulista têm a recomposição como prioridade. É o que revela pesquisa inédita do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).
"Hoje, para complementar a renda, muitos precisam recorrer a atividades extras", diz a entidade. A pesquisa “Raio-X da Carreira de Delegado de Polícia", do Instituto Datapim, ouviu 711 delegados, entre ativos e aposentados, em abril deste ano, em todas as regiões do estado.
Quando perguntados sobre qual área que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deveria dar mais atenção para melhorar a vida dos delegados, 74% responderam reajuste salarial compatível com melhores salários pagos em outros estados. São Paulo ocupa o 22º lugar no ranking de vencimentos.
Mato Grosso, que melhor remunera seus delegados no País, paga R$ 10 mil a mais na comparação com São Paulo. Segundo a pesquisa, 60% dos delegados já tiveram atividade extra. E metade deles declaram que há impacto negativo na saúde física e mental decorrente do excesso de trabalho.
“Com esta pesquisa, fica claro que a prioridade número um é a reposição salarial, com a necessidade urgente de vencimentos dignos e condizentes com o estado que detém a maior arrecadação tributária do País. O único reajuste na nova gestão ocorreu em agosto do ano passado", afirma o sindicato.
Mesmo com a recente nomeação de novos policiais civis, o efetivo continua abaixo do necessário em São Paulo. Antes, o déficit era de 17 mil e agora está em 13 mil. As desistências da carreira não param e são preocupantes. Há pouco dias, o Diário Oficial tornou sem efeito a nomeação de 337 policiais civis.
“São profissionais que desistiram de trabalhar na Polícia Civil de São Paulo, entre outros motivos, pelas precárias condições de trabalho e pelo salário incompatível com a relevância e a complexidade do cargo. De nada adianta fazer concursos se não houver política de incentivo à permanência na instituição”.
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