Senador critica a 'facada nas costas'
O senador e relator do Orçamento de 2025, Ângelo Coronel (PSD-BA), disse que o governo Lula traiu o Congresso ao acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios com até 156,7 mil habitantes.
No último dia 24, a Advocacia-Geral da União acionou o STF para derrubar a desoneração e conseguiu uma decisão favorável de Zanin, ex-advogado de Lula da Silva, nomeado por ele ao STF. A equipe jurídica do Senado recorreu no início da noite de sexta (26) ao Supremo para suspender a decisão de Zanin.
“Para nós, foi uma surpresa, foi uma apunhalada pelas costas. Na verdade, foi uma traição ao Congresso. Acho que o presidente Lula está sendo mal-aconselhado por alguns de seus ministros. Tem ministro induzindo ele a acabar com esse diálogo com o Congresso”, disse o senador.
Coronel também fez duras críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Ele andou dizendo que o Congresso precisa ter responsabilidade fiscal. Eu acho que ele está literalmente fazendo economia de mealheiro, não está sabendo que foi o Congresso Nacional que viabilizou esse incremento de receitas".
O senador Izalci Lucas (PL-DF) também comentou o cenário de desentendimentos entre o Congresso e o Governo Lula com o Diário do Poder. Para ele, a ofensiva do governo é resultado da leniência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não honrou compromisso feito com os líderes da Casa Alta.
O acordo era de devolução da Medida Provisória apresentada pelo Planalto em colisão com a decisão do Parlamento. “Essa preocupação do presidente em não radicalizar, não tomar posição mais firme, deu espaço para que eles acabassem fazendo isso”, afirmou.
E completou: “A cada vez em que eles tomam uma atitude, e o Congresso não reage, a gente vai perdendo espaço”. A desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia é questão polêmica que azedou o relacionamento entre os poderes desde o fim do último ano.
Na época, Haddad anunciou Medida Provisória para desfazer o consenso estabelecido entre Câmara e Senado sobre a matéria. “Nós fizemos uma reunião extraordinária de líderes, onde ficou acordado que a Medida Provisória seria devolvida. Rodrigo Pacheco tinha que ter devolvido”, cravou.
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