Comício de Lula pode derrubar Boulos

O problema do governo de Lula da Silva (PT) não ficou apenas no enorme fracasso de público. Além de reunir uma quantidade risível de apoiadores que mal cobriram a frente do palanque no estádio vazio, pode tere consequências na área da legislação eleitoral, podendo resultar até em inelegibilidade.

Durante seu discurso, em que deixou clara sua irritação com o público minúsculo, Lula da Silva violou a legislação eleitoral ao fazer um pedido explícito de voto para Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo famoso por promover invasão de casas e apoiar o grupo terrorista Hamas.

O evento, transmitido pelas redes sociais oficiais do governo, foi posteriormente removido devido ao conteúdo do discurso que transgrediu as normas eleitorais. Mas o vídeo já estava disseminado pela internet, se mantendo como prova do crime eleitoral. Nele, Lula aparece pedindo votos.

“Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo.”

Este pedido explícito de voto pode se configurar crime eleitoral, sujeito a sanções como a perda de mandato, caso Boulos venha a ser eleito. A gravação foi retirada do YouTube do CanalGov, escancarando uma tentativa de mitigar a repercussão negativa e a potencial responsabilidade legal.

O deputado federal cassado pelo TSE Deltan Dallagnol usou suas redes sociais, nesta quarta, para cobrar do Judiciário uma punição coerente a Lula e a Boulos. O ex-procurador da Lava Jato lembrou que “o TSE condenou Bolsonaro à inelegibilidade por 8 anos por ter utilizado estrutura do Planalto para divulgar o encontro com os embaixadores, onde Bolsonaro fez críticas às urnas eletrônicas”.

"A situação aqui é idêntica: Lula utilizou estrutura do Planalto para pedir explicitamente votos a Boulos, de maneira ilegal e em clara campanha antecipada. Lula usou a máquina pública para divulgar o evento e o discurso na comunicação oficial do governo federal. Serão condenados pelo TSE à inelegibilidade por 8 anos?

Outra revelação surpreendente foi que o evento, supostamente organizado pelas centrais sindicais ligadas ao PT, recebeu verbas públicas através da Lei Rouanet e de patrocínio direto da Petrobras e do Sesi (Serviço Social da Indústria). A captação foi feita pela produtora Veredas Gestão Cultural;

Sediada no Rio de Janeiro, a produtora foi autorizada a levantar até R$ 6,3 milhões para o evento, mas só uma faculdade privada de medicina de Campinas (SP), a São Leopoldo Mandic, topou financiar o evento, que teve apresentações dos cantores Dexter, Afro X, Roger Deff, Ivo Meirelles, Arlindinho e Almirzinho.

Lula da Silva, irritado, jogou a culpa pelo fracasso em Márcio Macedo, titular da Secretaria-Geral da Presidência. Porém o ato foi amplamente divulgado pela mídia aliada e pelas centrais sindicais. Ele repete o fracasso de outros atos do PT e de Lula desde a "eleição" de 2022. As pessoas simplesmente ignoram.

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