Casarão histórico desabou em Ilhéus

Era um desastre anunciado há anos pela imprensa regional. No final da tarde desta terça, toda a parte superior do antigo prédio da Sociedade União Protetora dos Artistas e Operários de Ilhéus desabou e por sorte não houve vítimas, porque ninguém passava pela calçada e o imóvel estava vazio.

Segundo a Defesa Civil de Ilhéus, um homem que estava no casarão não se feriu. Ela acrescentou que o prédio já tinha sido condenado, com ordem de desocupação. O imóvel foi projetado por Firmino Eloy de Almeida e inaugurado em 1922, na Avenida Dois de Julho, em frente à Praça Caboclo Marcelino.

Ex-prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro afirmou que o desabamento do prédio histórico "simboliza o total descaso do governo municipal com o patrimônio arquitetônico histórico e cultural da cidade. A população está indignada com essa situação de abandono, que tem envergonhado os cidadãos e cidadãs".

Jabes lembrou que "apesar das inúmeras cobranças feitas ao prefeito Mário Alexandre, isso não foi suficiente para sensibilizá-lo quanto à importância do patrimônio histórico e arquitetônico durante seu governo". O ex-prefeito, que recuperou o Teatro Municipal e o Palácio paranaguá, citou outros casos.

Ele destacou o estado de abandono de construções históricas como a Biblioteca Pública Municipal e o próprio Palácio Paranaguá, que são tombados mas não recebem atenção da Prefeitura, além da Casa de Jorge Amado. “Não há como não ficar indignado com esse desprezo aos símbolos de nossa história".

O Coletivo Preserva Ilhéus também protestou contra o descaso com a história da cidade. "O fato ocorrido é decorrente da falta de manutenção e de sensibilidade da atual gestão para com o patrimônio arquitetônico e cultural da cidade de Ilhéus", comentou em nota à imprensa.

"Outros prédios históricos também deixados à sua própria sorte estão ameaçados de desabamento, a exemplo do que abrigava o Colégio General Osório e posteriormente a Biblioteca municipal Adonias Filho, além do belo casarão, situado na Rua Conselheiro Dantas, que abrigava a Marinha Mercante".

O Coletivo já havia denunciado aos Ministérios Público Estadual e Federal, em abril de 2021, o abandono do patrimônio arquitetônico e histórico da cidade e agora espera que os políticos envolvidos sejam responsabilizados por Improbidade Administrativa.

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sao pedro