Fono explica doenças da voz e cuidados

A fonoaudióloga Thiana Passos foi a convidada desta Quinta da Saúde no Conexão Morena, da Morena FM. No Abril Azul, dedicado à conscientização sobre o autismo, a especialista abordou evidências do transtorno que aparecem na dificuldade de comunicação. No consultório, os casos mais comuns são de atraso da fala.

"Essa é a grande queixa que os pais nos trazem", disse. Outro indicativo é o bloqueio do contato visual. "Alguns sinais são evidentes. Você chama a criança, e ela não te dá um retorno, o contato ocular é rebaixado. Muitos pais nos procuram achando que a criança é surda".

"Mas, não, ela não consegue fazer a interação social", explicou. A repetição de palavras também pode ser um sinal. Na clínica, esse comportamento é chamado de ecolalia. Thiana observa aumento dos casos de jovens com problema na voz depois da febre do cigarro eletrônico.

"Ele causa um dano muito maior na qualidade vocal", alertou. Os efeitos são agravados porque a inalação da fumaça, geralmente, é associada ao consumo de álcool. Segundo Thiana, os dois hábitos favorecem a incidência de câncer na laringe e boca. "A gente precisa levar a informação para o jovem sobre isso".

Ela chamou atenção para o desgaste de quem usa a voz como ferramenta de trabalho. "Já recebi professor sem voz nenhuma, afônico mesmo". Conforme Thiana, além de cuidados com a respiração e o volume na hora de falar, é importante reduzir o uso de café e outras bebidas que prejudicam a voz.

Uma boa maneira de preservar a saúde da voz é se manter hidratado, orientou Thiana. Um cuidado efetivo é a nebulização, muito usada por cantores no aquecimento vocal. "É uma hidratação direta. As pregas vocais funcionam de forma mais fluida", explicou.

Thiana também falou de aspectos subjetivos e afetivos da prática fonoaudiológica. No final da graduação, ela dedicou o Trabalho de Conclusão de Curso ao impacto da locução de rádio sobre os ouvintes quando o acesso à imagem do radialista era coisa rara. Nessa época, era a imaginação que dava um corpo à voz.

"Você criava a figura física do locutor", observou Thiana. Para a especialista, a voz é como uma segunda impressão digital. "Ela transmite muito quem somos, o que queremos. Tem uma potência muito grande". Ela também apontou diferenças entre cantar e falar.

"Existe a voz falada e a voz cantada. É completamente diferente o mecanismo que a gente utiliza. O ganho respiratório é diferente para quem canta e para quem tem só a voz falada, os comunicadores, advogado, professor, locutores, enfim. Até o camelô é um profissional da voz", exemplificou.

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sao pedro