Cacau passa de US$ 10,800 por tonelada
Na terça-feira, o mercado de cacau testemunhou uma ascensão impressionante, com os contratos de maio registrando um aumento de 3,12%, atingindo o patamar de US$ 10,204 dólares por tonelada, mais um recorde histórico, mas que seria quebrado nesta sexta-feira, quando chegou a US$ 10.839.
Segundo o site especializado Mercado do Cacau, a elevação dos preços vem acompanhada de crescentes preocupações em relação à escassez em nível mundial. O medo aumentou com a nova regulamentação da União Europeia para a aquisição de produtos agrícolas provenientes de áreas livres de desmatamento.
Este movimento é especialmente relevante considerando que grandes produtores de cacau, como Nigéria e Camarões, enfrentam dificuldades para atender a esses critérios. A Costa do Marfim, principal produtor, tem condições de se adaptar às novas leis da UE, porém continua enfrentando desafios climáticos.
Nete ano, o país tem registrado a menor média de chuvas em 10 anos, o que tem prejudicado bastante a produção de cacau. Além disso, o contrato julho do cacau em Londres fechou em alta de 52 libras, ou 0,7%, para 7.896 libras por tonelada. Essa tendência em Londres complementa o cenário da Bolsa de Nova York.
"Esses fatores combinados têm contribuído para a volatilidade do mercado, enquanto os investidores monitoram atentamente tanto os aspectos climáticos quanto as regulamentações comerciais que moldam o futuro dessa commodity vital para a economia global," completa Annabelle Midlej, do Mercado do Cacau
Na sexta-feira, 12, a cotação chegou a US$ 10,839 a tonelada na bolsa em NY e R$ 790 por arroba no sul da Bahia. Porém, os contratos a partir de setembro, apesar de ainda altos, estão menores. André Nogueira, que atuou por muitos anos no mercado, acha que isso deve mudar para cima conforme os meses se aproximem.
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