Cacau flerta com R$ 1.000 por arroba

A série de recordes dos preços do cacau está perto de um novo marco. Nos mercados de Ilhéus e Itabuna, a arroba foi vendida a R$ 940 nesta sexta-feira. Há exatamente um ano, em 19 de abril de 2023, ela custava R$ 221. Os últimos 12 meses, portanto, têm alta de 325%.

No mercado futuro de Nova Iorque, a subida é ainda mais impressionante, com a tonelada do cacau vendida a 11.985 dólares, depois de ultrapassar a marca dos 12 mil. Para especialistas, a tendência de alta dos preços não dá sinal de arrefecimento. O mercado é regido pela dinâmica entre oferta e demanda.

Os dois fatores tendem a manter o cacau nas alturas. Enquanto a demanda não para de crescer em todo o mundo, a queda da produção na África mantém a oferta escassa. Em entrevista ao podcast Mesa pra Dois, da Morena FM, o analista Adilson Reis antecipou os rumos do mercado do cacau neste ano.

Na época, as previsões ainda eram modestas, mas já sinalizam que a disparada dos preços não era fogo de palha. Para ouvir, é só entrar no aplicativo Spotify neste link do feed de Marcel Leal, host do programa. Ele lembrou no papo que ainda não voltamos à época em que o cacau bancada uma orgia financeira.

"No auge da época de ouro do cacau, a cotação em Nova Iorque chegou a 4.720 dólares. Bem menos que os 12 mil de hoje. Acontece que aquele valor, corrigido ao longo do tempo, equivale a pouco mais de 20 mil dólares em 2024. Outra diferença é que nossa produção era muito maior", concluiu.

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