70% dos novos médicos não sabem nada

Certo, a manchete exagera um pouco, mas não está longe da verdade. Segundo o Conselho de Medicina de São Paulo, quase 70% dos médicos recém-formados no Brasil não sabem identificar se a pessoa está tendo um infarto, o que já levou a várias mortes evitáveis, ou mesmo aferir a pressão.

A entidade considera que a maior parte deles tem uma formação ruim nas universidades. O apresentador do Mesa Pra 2 na rádio Morena FM, Marcel Leal, já abordou a tragédia da educação nos últimos 20 anos várias vezes no programa. "No século passado o ensino público era de excelência".

"Neste, as matérias importantes foram trocadas por pautas da militância de esquerda ou tiveram seus dados científicos questionados sem base alguma, como afirmar que existem mais que dois gêneros. Se o médico não sabe diferenciar um homem de uma mulher, como pode ter qualificação?" cutuca.

O Cremesp deu o exemplo de Luzia, cujo marido, José Carlos, chegou ao hospital com dor no peito, nos braços e estômago. O médico receitou remédio para virose, verdadeira mania nas emergências. “Eu falei pra ele: doutor, eu não vou deixar dar esses remédios pro meu marido, meu marido está enfartando’".

"Ai ele perguntou: ‘como a senhora sabe’?" Vinte minutos depois ele morreu de infarto, dentro do hospital. O médico que fez o atendimento foi demitido neste caso. Mas a incapacidade de diagnosticar uma doença, base de qualquer formação médica, não é o único problema.

O Cremesp apontou que 69% não sabem as diretrizes para medir a pressão arterial e 86% dos recém-formados que fizeram a prova erraram a abordagem a vítimas de acidente de trânsito. Mesmo não sendo obrigatório, o exame anual do órgão é considerada um termômetro da formação dos médicos.

“A prova de uma maneira geral, do ponto de vista de uma análise científica da prova técnica, é uma prova de médio para fácil. Ela avalia o conhecimento essencial que o recém-formado tem que ter para começar a fazer medicina”, conta o coordenador do exame, Bráulio Luna Filho.

O exame analisou 3.174 participantes, dos quais cerca de 40% foram mal na prova e 38,2% não obtiveram a nota mínima. Em vídeo online, o presidente do conselho, Lavínio Nilton Camarim, diz que essa avaliação é importante para que os cursos possam se aperfeiçoar.

“É uma ferramenta importante para que a faculdade possa se avaliar naquelas áreas onde possam estar ainda com algumas dificuldades, mas, principalmente, garantir à população uma formação mais adequada de um profissional, que estará cada vez melhor para prestar assistência à saúde da população”.

O problema começa no ensino básico, que está entre os piores do mundo, continua no médio, onde metade dos estudantes de 15 anos não sabem fazer contas básicas e são analfabetos funcionais. Deságua num sistema de universidades privadas que colocam o faturamento acima da formação do aluno.

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sao pedro