Bahia também lidera em latrocínios

O Brasil segue com números elevados de casos de lesões corporais, agressões que levam à morte das vítmas. A Bahia aparece entre os três estados de maior registro, com 64 vítimas, atrás apenas de São Paulo (94) e Rio Grande do Norte (77). Na Bahia, o crescimento foi de 14,2%, acima da média nacional.

Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Na opinião do especialista em segurança pública e membro do fórum Cássio Thyone, os números apenas refletem a falta de investimento do estado com a questão.

“O estado da Bahia não tem feito a lição de casa, no que diz respeito a tratar a segurança pública com a prioridade e com as ações assertivas que a gente espera que viesse a fazer. Os índices de criminalidade estão realmente ruins. São vários índices não só de crimes letais, como homicídios".

"Tem a questão da letalidade da polícia também, feminicídio e outros, além de crimes contra o patrimônio que têm crescido bastante no estado”, completa. O Anuário ainda revela que a Bahia entrou no topo da lista dos estados mais violentos do Brasil. A taxa de mortes violentas intencionais (MVI) é de 47,1 por 100 mil.

A média nacional é a metade, 23,3 por 100 mil. No primeiro semestre de 2023, as polícias da Bahia prenderam 9.019 pessoas, 50 envolvidas com atividades ilícitas capturadas diariamente. Em números absolutos foram contabilizados 2.523 casos de mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte).

A Bahia tem os quatro municípios mais violentos do país: Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari. As estatísticas apontam também que as polícias mataram 1.464 pessoas em intervenções oficiais; com isso, as forças de segurança da Bahia se consolida como a mais letal do Brasil.

O advogado criminalista e professor de direito penal, Carlos Fernando Maggiolo, diz que, hoje, se vive um momento em que a escalada da criminalidade se dá em razão da benevolência de todos. Para o analista, o Legislativo também foi se tornando mais benevolente com os crimes, sobretudo os violentos.

“Hoje a recomendação é que seja recolhido à prisão apenas os autores de crimes com violência cuja pena seja acima de 4 anos. Então o crime de furto, que é um crime que a pena é de 1 a 4 anos, ele nunca vai ter o agente criminoso detido porque a própria lei já diz que ele não pode ser recolhido”.

O advogado acrescenta que esses autores acabam saindo impunes pela porta da frente da delegacia. “A gente está vivendo um momento realmente de descalabro no Brasil”, adverte.

Segundo estudo da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), a Bahia também é o segundo pior estado na resolução de inquérito policial por homicídio, com apenas 17,24% de casos resolvidos no ano de 2022. O estado fica atrás apenas do Rio de Janeiro, que possui uma taxa de 11,8%. Com Brasil 61

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sao pedro