PF faz busca na casa de Bento e Junior
A Polícia Federal voltou a Ilhéus para executar novos mandatos de busca e apreensão relacionados com uma fraude na Prefeitura de Ilhéus. Os policiais cumpriram sete ordens judiciais, inclusive nas casas dos secretários de Gestão, Bento Lima, no Pontal; e de Turismo, Fábio Junior, da Pousada Costa do Cacau (foto), em Olivença.
A equipe de 30 federais também fez buscas na secretaria de Saúde. O inquérito apura a contratação de um haras de cavalos para fornecer médicos, enfermeiros e pessoal para um programa da Prefeitura na época da epimedia de Covid. A HSC recebeu R$ 1,2 milhão para gerenciar o acolhimento de pacientes no Hotel Mamoan.
A empresa foi contratada sem licitação. Ela não tinha capacitação técnica e operacional para gerir o abrigo e os valores foram superfaturados em 82%, chegando a R$ 570 mil em apenas três meses, segundo a CGU. Ela diz que até a conta de luz e produtos de limpeza eram pagos pela Prefeitura, apesar de ser obrigação da empresa.
Segundo o delegado Anderson Alves, o preço incluia toda a estrutura de um hotel, mas a empresa só forneceu mão de obra, porque o hotel já existia, todo equipado, e foi requisitado pela Prefeitura. Ele visitou o haras e confirmou que é uma fazenda, sem qualquer ligação com o ramo de hotelaria ou de saúde..
Os secretários e a empresa vão responder por crimes de fraude à licitação, estelionato, corrupção passiva, falsidade ideológica e associação criminosa.
O inquérito apurou que houve fortes indícios de fraudes na dispensa de licitação, como ausência de detalhamento do objeto licitado, cotação fraudulenta de preços, direcionamento e início da execução do serviço antes do encerramento do procedimento de dispensa de licitação.
A secretaria de Saúde também é investigada em outra operação da Polícia Federal. Ela fez cotação de preços com empresas que não atuavam na área, mas sim em transporte escolar e construção de edifícios. O objeto era prestar serviços e fornecer pessoal para o Centro de Triagem Covid-19 e no PA Zona Sul.
Os auditores da CGU identificaram que o município estava pagando integralmente as faturas sem que houvesse fiscalização pela prefeitura e sem qualquer documento que comprovasse as despesas. A documentação entregue era apenas de um dos meses da prestação de serviço, com superfaturamento de R$ 110.661.
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