Caiado "dá banho" em esquerda na CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a facção criminosa MST teve um dia de vexame e registrou um banho do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, nos governistas que insistiam em interromper a fala, como destaca a coluna do jornalista Cláudio Humberto desta quinta-feira, 1.

Com quatro mandatos como deputado, Caiado tem o regimento interno na ponta da língua. A discussão que envolveu o govenador foi com o deputado petista Paulão (AL). A briga começou depois que o parlamentar disse que Caiado foi “infeliz” quando generalizou que o MST é uma “organização criminosa”.

Ele ainda insinuou que o governo de Goiás têm ligações com Alexandre Negrão, fundador da farmacêutica Medley e indiciado na CPI do Narcotráfico, realizada em 2000. Paulão ainda citou declarações do ex-senador Demóstenes Torres de que o bicheiro Carlinhos Cachoeira teria financiado campanhas do político goiano.

O governador negou relações com Cachoeira e acusou Paulão de manter ligações com o bicheiro. “Carlinhos Cachoeira é relação sua. Financiava era o PT lá de Goiás”, disse, chamando o deputado de mentiroso. Ronaldo Caiado também defendeu Negrão e disse que “nunca existiu qualquer ação” contra o pecuarista.

“Cala a sua boca que estou falando. Você aqui não tem moral para se dirigir a mim. Não entre no CPF da pessoa, você não me conhece, não sou da sua laia e não participo das suas bandalheiras. Vim aqui para falar sobre o MST e vocês (governistas) querem falar do CPF das pessoas. Me respeite”, disse o governador.

Parlamentares governistas levantaram das cadeiras e, diante do bate-boca generalizado, com direito a acusações, o presidente da CPI, Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), encerrou a sessão.

Logo no início da reunião, a CPI do MST teve um primeiro embate, que começou depois que as deputadas do PSOL Sâmia Bomfim (SP) e Talíria Petrone (RJ) tiveram cinco questões de ordem indeferidas pelo presidente do colegiado, Zucco, que passou o direito de fala a outros deputados.

Uma militante de esquerda, Líbia Bellucci, diretora do sindicato dos enfermeiros do Rio de Janeiro, se manifestou em defesa das deputadas e o presidente da CPI pediu para que seguranças a retirassem. As parlamentares se colocaram na frente e impediram a saída. Ficou acordado que ela permaneceria, desde que em silêncio.

O deputado Abílio Brunini (PL-MT) chegou a se colocar na frente das deputadas, impedindo que elas vissem a sessão e tivessem contato visual com Zucco e Caiado. A manifestante que acompanhava as parlamentares se manifestou e teve uma ordem, vinda de Zucco, para que fosse retirada por seguranças da CPI.

Sâmia e Talíria se colocaram na frente e impediram que os seguranças a retirassem.

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sao pedro