Socicam não explica obra interminável

O radialista Vilanova, de Ilhéus, lembrou nesta semana uma cobrança que o jornal A Região e o Jornal das Sete, da rádio Morena FM, vêm fazendo desde 2020: o fim da reforma do aeroporto Jorge Amado. Ela começou em 2019, com promessa de ser concluída em um ano, mas já entrou no quarto ano.

A obra foi paralisada várias vezes pela Socicam, empresa que ganhou a concessão do terminal mas só piorou o serviço. Não entregou nada do que prometeu e se isola da comunidade, ignorando cobranças e contatos da imprensa. Quando responde, o faz com texto padrão que não explica nada.

Vilanova destacou a falta de estacionamento. O atual foi fechado pela Socicam em 2021 para ser reformado e entregue em seis meses. Até hoje a obra segue parada, sem previsão alguma de término. Quem embarca ou recebe passageiros não tem onde parar o carro e é obrigado a andar vários quarteirões.

A promessa da Socicam era de ampliar a área do terminal para 4.500 metros quadrados, garantindo a capacidade de receber mais de um milhão de passageiros por ano. Mas hoje, quatro anos depois, o saguão continua lotado, sem espaço par aa demanda, não existe estacionamento nem pouso por instrumentos.

Sempre que chove na cidade, Ilhéus fica sem pouso nem decolagem, apesar de ser o terceiro aeroporto do estado em movimentação. Questionada, a Socicam se limita a repetir que "ao final da obra entregará um aeroporto com serviços mais eficientes, capacidade de atendimento duplicada, infraestrutura e instalações modernizadas".

O problema é quando vai acontecer. Enquanto isso, a Prefeitura de Ilhéus se omite e a de Itabuna, cidade que fornece a maior parte dos passageiros, briga para reabrir um aeroporto pequeno, que só servirá a donos de aviões particulares, ao invés de se juntar ao vizinho para exigir um aeroporto internacional para as duas cidades.

O sul da Bahia precisa de um aeroporto alfandegado, não só para captar turistas estrangeiros para Ilhéus e Itacaré, como permitir que indústrias possam importar insumos e exportar seus produtos por aqui. Um aeroporto de grande porte é essencial para completar a logística das BRs 101 e 415, da nova ferrovia e do Porto Sul.

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