Salvador incentiva doação de córnea
Para as pessoas que estão na fila de espera por um transplante de córnea, uma doação pode significar a esperança de enxergar novamente. Por isso, a Secretaria de Saúde de Salvador promoverá campanha de captação de córnea junto aos profissionais de saúde das Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs.
O pontapé inicial aconteceu nesta quinta, na sede do Samu, no Pau Miúdo, com uma reunião de alinhamento entre a equipe do Banco de Olhos da Bahia e a Subgerência de Acompanhamento Pré-Hospitalar da SMS, com a presença de profissionais, diretores, gestores e coordenadores.
A ideia é capacitar médicos, enfermeiros e assistentes sociais para a abordagem de pacientes e familiares nas UPAs municipais. Hoje, a fila de espera por uma córnea tem 1.234 pessoas na Bahia, que aguardam em torno de 17 meses. Chama a atenção a taxa de negativa familiar, que é superior a 70%.
De acordo com dados oficiais do Estado, a fila de espera cresceu no período da pandemia, mesmo depois de uma campanha premiada do Banco de Olhos, entre 2017 e 2019 que, na época, baixou o número de inscritos de 1.300 para 496, e reduziu o tempo de espera de dois anos para cinco meses.
A vice-prefeita e secretária da saúde, Ana Paula Matos, destaca a importância da ação pioneira na rede municipal. “É fundamental a conscientização e solidariedade das pessoas, além do trabalho efetivo de toda equipe envolvida para que a gente avance nas doações".
"Essa sensibilização servirá para propagar informações sobre um programa tão importante já existente, mas sem ampla adesão. Apenas o cidadão ou familiar pode autorizar a retirada das córneas, mas muitos desconhecem o tema. Nosso objetivo é destacar que a doação é um ato humanitário, um gesto nobre de amor ao próximo".
Diferente do que acontece com outros órgãos e tecidos (como coração, rim, fígado, etc.), aproximadamente 90% das córneas doadas têm condições de ser transplantadas. Elas podem ser preservadas por até 15 dias após a retirada e a doação não acarreta nenhum gasto para a família do doador.
A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho (para exemplificar, podemos compará-la ao vidro de um relógio ou a uma lente de contato). Se a córnea embaça, a pessoa pode ter a visão bastante reduzida ou, às vezes, até perder a visão.
Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão. Durante um transplante de córnea, o disco central da córnea embaçada é trocado pelo de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de deficientes visuais.
Qualquer indivíduo, entre 2 e 80 anos, pode ser doador. Diante de uma notificação de potencial doador, será realizada uma triagem, através de aplicação de questionário junto aos familiares, revisão de histórico médico e exames de sangue para definir se há alguma contra-indicação à doação.
O ideal é que os tecidos oculares doados sejam retirados até seis horas após o falecimento. Por isso, o Banco de Olhos deve ser avisado rapidamente. Mas, caso haja resfriamento do corpo, este prazo pode ser maior e, em alguns casos, chegar a 24 horas. A córnea não pode ser doada em vida, somente após o óbito.
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