CPI ouve ex-militantes da facção MST

A CPI do MST ouviu, nesta terça-feira, dois ex-integrantes da facção. Nelcilene Reis e Ivan Xavier foram do MST por três anos, entre 2016 e 2019, em uma invasão de Brasília. “Saímos do movimento, pois não aceitávamos a maneira como éramos tratados”, explicou Nelcilene.

“Éramos massa de manobra do movimento. Eu trabalhava de graça na parte financeira do mercadinho do MST, das 8 horas da manhã até às 17 horas.” Todo o dinheiro arrecadado no comércio era recolhido pelas lideranças, que também "passavam para pedir dinheiro ou coisas, como comida. Uma vez, me pediram carne, eu só tinha frango.”

Nelcilene contou que era proibido deixar música alta tocando até determinado horário. Uma vez ela cometeu esse erro e ameaçaram derrubar o barraco do casal. Ela chegou a ser encurralada por líderes do MST para que saísse da propriedade invadida, mas conseguiu ficar, mesmo que contra a vontade dos coordenadores.

Ao lado do marido, Nelcilene chamou a polícia para não ser expulsa. Na ocasião, os líderes é que foram expulsos. “Se a polícia não tivesse chegado, eu e meu marido estaríamos mortos. Tenho certeza. Nós éramos o alvo.” Hoje o casal lidera uma associação dos produtores rurais, com CNPJ e advogado para questões judiciais.

Durante a audiência pública na CPI, Nelcilene ainda revelou que o valor dos alimentos comercializados no “mercadinho do MST” era alto em relação às condições financeiras dos invasores que moravam no local. Além disso, contou que já encontrou alimentos vencidos no comércio.

Durante sua participação na CPI do MST, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que no Estado já houve diversas apreensões de drogas em invasões do MST. “Repito, varias apreensões de drogas no Estado de Goiás foram feitas, quando cheguei ao governo, em acampamentos do MST”. Com Oeste

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