Cassação de Dallagnol gera protestos

A cassação do deputado federal Deltan Dallagnol, eleito por quase 378 mil votos, gerou protestos, indignação de críticas em todo o país. Principalmente por alegações do TSE já desmentidas por documentos. oficiais. O ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou que a decisão foi “à margem da ordem jurídica”.

“Eu fiquei perplexo porque soube, vendo o noticiário, que sequer PAD havia”, disse à Folha de S.Paulo. “Foi uma interpretação à margem da ordem jurídica”, acrescentou. Para o ex-ministro, “enterraram a Lava Jato e agora estão querendo enterrar os que protagonizaram a operação".

O jornalista Boris Casoy afirmou que Deltan Dallagnol teve o mandato cassado pelo TSE porque combateu a corrupção. “Vão tentar fazer o mesmo com o senador Sergio Moro. A parte podre do andar de cima não se conforma com a ação anticorrupção dos dois, e precisa castigá-los para mostrar isso não pode acontecer".

A Transparência Internacional Brasil, ONG que atua no combate à corrupção, alertou para o “perigo sistêmico” gerado pelo procedimento atípico da Corte. "Ficou demonstrado, inclusive com certidão do Conselho Nacional do Ministério Púbico (CNMP), que Dallagnol não respondia a nenhum PAD quando pediu a exoneração".

Dallagnol reclamou publicamente, cercado de colegas da Câmara. Para ele, que foi coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, o parecer representa entendimento de 'inelegibilidade imaginária'. Segundo o ministro Benedito Gonçalves, ele teria deixado o MP para "supostamente evitar" uma "eventual condenação" por improbidade.

Dallagnol lamentou o atual cenário político do Brasil. “Vivemos no país da inversão dos valores”. Nesse sentido, o agora ex-deputado federal lembrou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado por instâncias superiores e depois “descondenado”.

“Não vamos permitir que esse governo siga praticando desmandos e corrupção”, disse. “O poder que os tribunais têm de me cassar é o mesmo que Pilatos tinha de crucificar Jesus, que os irmãos de José tinha quando jogaram ele no poço”, prosseguiu. “Vamos lutar por justiça e por liberdade”. Com Oeste.

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