Cabaneiros defendem "demolição não"
Os cabaneiros de Ilhéus lançaram nesta semana a campanha Demolição Não, contra o projeto da Prefeitura de Ilhéus que pode levar vários deles a desistir do serviço. Eles querem que o Município cumpra o que foi proposto no Projeto Orla Sul, criado em 2010 junto com a comunidade local.
O grupo reitera que não é contra a melhoria nem o desenvolvimento da orla, mas quer participar do processo de forma planejada, não imposta como vem sendo feito pela Prefeitura. Os cabaneiros são contra a demolição das cabanas e dizem que é possível padronizar sem destruir as instalações.
Da forma como quer o prefeito Mário Alexandre, os cabaneiros teriam que pagar para demolir a atual cabana e para construir a nova, situação inviável para eles. O grupo lembrou que é responsável por mais de 500 empregos diretos, além de centenas de indiretos. A demolição deixaria todas essas famílias sem sustento, dizem os empresários.
Eles observam que existe uma liminar da Justiça, conseguida em 2016, que impede a demolição das cabanas. Além disso, nada garante que órgãos federais, como a Secretaria de Patrimônio da União, liberem a nova construção, diz um dos mais antigos na orla. O grupo já entrou com nova ação judicial.
Depois de demolir, o prefeito Mário Alexandre também quer mudar o local de várias delas, que seriam afastadas de sua clientela habitual. Revoltados, os cabaneiros lembram que ainda se recuperam dos prejuízo com a invasão das manchas de óleo, das enchentes de 2021 e 2022, e das medidas de Rui Costa na pandemia, lembrou o Jornal das Sete, da rádio Morena FM.
O plano da Prefeitura foi apresentado aos cabaneiros em outubro e, desde lá, eles tentam convencer o prefeito a fazer modificações, sem sucesso. O prazo para demolir as barracas era março deste ano, por isso eles temem que a Prefeitura apareça com tratores para derrubar todas elas a qualquer momento.
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