Bolsonaro foi entrevistado pela Oeste
O presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Oeste Sem Filtro nesta segunda-feira. Ele discorreu sobre o agronegócio, o legado de seu governo e os primeiros meses de Lula no poder. Bolsonaro foi entrevistado por Augusto Nunes, Paula Leal, Ana Paula Henkel e Paulo Eduardo Martins.
Falando da Agrishow, ele lembrou que "o agronegócio é extremamente importante para a nossa economia, para a segurança alimentar do Brasil e do mundo. Comparecer a um evento como a Agrishow é prestigiar esse setor e quem trabalha nele. Se o ministro da Agricultura se ausentou, cabe a ele dar explicações".
Para Bolsonaro, ser recebido por uma multidão aos gritos de "mito", especialmente das crianças, "não tem preço". Ele elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que o acmpanhou. "Um excelente gestor e querido pela população. Ao longo de quatro anos, ajudou muito o agronegócio e cobriu vários gargalos".
Bolsonaro comentou sobre a facção criminosa MST. "Os fatos mostram que este governo não tem compromisso com quem trabalha no campo. A gestão do PT dá carta branca para o MST fazer o que quer. Lula deixou claro qual vai ser a sua atuação, no tocante ao agronegócio, ao levar o líder do movimento, João Pedro Stédile, à China".
"Além disso, há outros movimentos, como a demarcação de terras indígenas, mesmo o Brasil já tendo 14% de seu território separado para essa população. Cito uma informação que me deixou estupefato: recentemente, Lula demarcou uma área de 31 mil hectares para apenas nove indígenas em Goiás".
"É o início das grandes demarcações que teremos pela frente. A prática desestimula o produtor rural. Quando eu era presidente, agimos de outra maneira. Em 2021, apresentamos um projeto para dar ao indígena o direito de explorar a própria terra. Demos ainda 420 mil titulações de terras às pessoas, sobretudo às mulheres".
O presidente ressaltou que, em quatro anos de governo, só houve 24 invasões de terra pelos bandoleiros do MST. "Creio que o atual governo já alcançou esse número em quatro meses no poder. A invasão mais recente ocorreu em uma fazenda da ex-ministra Agricultura e senadora Tereza Cristina, em Terenos (MS)".
Sobre o Projeto de Lei da Censura, Bolsonaro disse que "fui deputado por 28 anos. Quando eu tinha dúvidas sobre votar sim ou não a um projeto, olhava o painel. Se o PT e o PCdoB votava sim, eu votava não. O relator do projeto da censura é um deputado do PCdoB. Ele não está preocupado com a liberdade".
"O governo de esquerda fala que as pessoas vão perder um pouco de sua liberdade para ganhar segurança. Quem aceita isso, acaba ficando sem as duas coisas. Não queremos 'dar o troco' no governo, mas, sim, mostrar que a forma de combater o abuso é com mais liberdade. Liberdade não pode ter limites".
"O governo Lula chegou ao cúmulo de criar uma comissão para ver quem é que está produzindo 'fake news' ou não. É o começo do fim da liberdade de expressão", destacaou. Para ele, lutar pela liberdade é parte do papel que ele e o PL têm pela frente. "Acredito que nossa passagem pelo governo despertou o sentimento de patriotismo".
"As pessoas começaram a se preocupar com política, com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Durante a pandemia, respeitamos a autonomia dos médicos, estabelecemos o auxílio emergencial e não obrigamos ninguém a tomar vacina. Fizemos o possível para todos terem liberdade".
Se voltasse hoje à Presidência, Bolsonaro diz que "falaria menos com a imprensa. Embora positivo o fato de termos tido um ministério majoritariamente técnico, faltou experiência política. A equipe econômica eu manteria praticamente a mesma. O Paulo Guedes, se concordar, voltaria a coordenar os rumos da economia".
Para ele, o maior legado que deixou, e que pode ser destruído, foi a escolha de ministros técnicos. "É difícil montar um ministério técnico com honestidade. Não dá para comparar Tarcísio de Freitas ou Damares Alves com ministros de Lula. No meu governo, a interlocução com os municípios era saudável e constante. Hoje, isso deixou de existir".
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