Vivo deixa rádio fora do ar por 33h
A operadora Vivo de Itabuna deixou o streaming de internet da rádio Morena FM fora do ar por 32 horas, mas os prejuízos que ela causou são bem maiores que apenas a perda de audiência online. Neste período, a Vivo marcou a visita do técnico para resolver o problema quatro vezes. Ninguém apareceu, não houve explicações.
O CEO da Morena FM, Marcel Leal, explica que no local a internet é essencial à emissora. "Nela coleto e checo as noticias que entrarão no Jornal das Sete da rádio e também no noticiário diário do jornal A Região; recebo pedidos de inserção de agências nacionais, encaminho materiais para o estúdio, respondo emails dos clientes".
Mas o maior prejuízo veio de ficar com o streaming fora do ar. "As agências nacionais checam a veiculação dos comerciais pelo streaming. Se ele falha, não conseguem confirmar e não pagam as inserções do período. Além disso, a rádio perde credibilidade com sua base de ouvintes online, espalhados por mais de 80 países", explica.
Marcel acrescenta que teve que ficar dois dias sem sair de casa para não correr o risco de o técnico chegar e não ser atendido. Ele teve que cancelar o programa Mesa Pra 2 de quarta-feira, reuniões e compromissos agendados para os dois dias. Além disso, sua família ficou sem televisão e wi-fi. "Voltamos à Idade Média", diz ele.
O telefone fixo, que ainda é muito usado por agências de fora para consultas, ficou mudo os dois dias. Sem wi-fi nem internet, foi impossível checar as 8 contas de email das empresas, consultar o saldo no banco, pagar boletos e verificar as cobranças. Sua filha não pode acessar conteúdos online da faculdade.
Como a televisão também é da Vivo e depende de sua internet, a família ainda ficou sem sua principal fonte de lazer à noite, que são os canais de filmes e os streamings de Netflix, HBO Max e Prime Video. O Jornal das Sete, principal noticiário do rádio sulbaiano, deixou de ser veiculado nos dois dias, com sérios prejuízos.
O canal mundial alternativo da emissora, a rádio Morena FM/Rio, somente online, também ficou fora do ar. Toda a publicidade da Morena FM e de A Região programada para os dois dias deixou de ser veiculada no Twitter e Facebook. As edições diárias do jornal A Região não puderam ser atualizadas.
O CEO da Morena FM destaca a soma de incompetência com descaso da Vivo e relata a saga. Na primeira queixa, às 9h da quarta-feira, ela marcou a ida do técnico "até o fim da manhã". Marcel ligou de novo às 13h e a atendente remarcou para "até 15h30" mas, novamente, ninguém apareceu nem expllicou por que.
Nova ligação e promessa "até 18h". Novamente, a Vivo não foi. Na manhã de quinta, outra ligação e promessa "até 10h", igualmente não cumprida. Nova ligação e promessa de mandar o técnico, que só estaria disponível "entre 15h e 18h". O problema foi finalmente resolvido, no iníco da noite, 33 horas depois.
"É preciso ressalvar que os técnicos não têm nenhuma culpa por essas coisas. Eles são muito competentes, cordiais e dedicados. É a Vivo que não comunica a eles a urgência do cliente. A empresa quer econmizar no que não pode, contratando poucos técnicos, tornando impossível atender todos os clientes. É economia burra".
Marcel está migrando todos os contratos para a Claro. Ele lamenta a situação, porque estava na Vivo desde que ela inaugurou o acesso por fibra em Itabuna. "Tudo ia bem até o ano passado, quando os problemas se tornaram constantes e mais graves. Neste ano, fiquei 6h sem nada em janeiro e 10h em fevereiro. Mas agora..."
"Uma espera por assistência de 33 horas é absurda e inaceitável em qualquer empresa. Mas no caso da Vivo, cujo tipo de serviço é essencial a tudo hoje em dia, esse descaso é criminoso. Gera não só prejuízos morais como financeiros, por isso meus advogados estão preparando uma ação de indenização contra a Vivo", conta Marcel.
Ele sugere que ninguém contrate a Vivo em Itabuna. "Me parece que há uma bagunça administrativa. Não devem ter técnicos suficientes para a base de clientes, por isso, situações como a minha serão cada vez mais frequentes. Até que boa parte dos clientes mude para uma concorrente e o número de técnicos se torne adequado".
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