Pelourinho virou uma terra sem lei
No dia 28, a partir das 10h, a comunidade do Centro Histórico de Salvador se reúne no Largo do Terreiro de Jesus para protestar contra o abandono do local, seja do ponto de vista de patrimônio, seja da segurança. No fim de semana dois turistas da Romênia pediam ajuda, ensanguentados, de ser assaltados.
O video repercutiu até no exterior e revela o abandono do Pelourinho pelo estado e prefeitura. O grupo, que reúne empreendedores, trabalhadores, moradores, representantes de instituições, associações ligadas a Turismo e Cultura, produtores culturais e artistas, não aguenta mais o descaso.
A manifestação tem como objetivo cobrar das autoridades municipais, estaduais e federais ações concretas na solução dos inúmeros problemas que o Centro Histórico de Salvador enfrenta, e sensibilizar a opinião pública para um dos piores momentos que o local já viveu, sem segurança, vítima de assédio e extorsão aos visitantes.
No dia 28 de fevereiro, após audiência com autoridades do Estado e da Prefeitura, onde firmaram a promessa de montar um Grupo de Trabalho, foi realizado um amplo relatório com os problemas enfrentados no Centro Histórico e sugestões para resolvê-los.
O documento foi entregue ao Secretário de Turismo do Estado, Maurício Bacelar e à de Desenvolvimento Econômico de Salvador, Mila Paes. O Grupo de Trabalho não foi formado, nenhuma ação foi implementada e o que se viu no último final de semana com os turistas romenos vem acontecendo rotineiramente.
Os empreendedores apontam alguns pontos como críticos e visados para a ocorrência de delitos mas, apesar das inúmeras ocorrências, esses pontos continuam descobertos, sem policiamento ostensivo. Uma situação alarmante é a atuação de uma gang de adolescentes, ignorada pela polícia.
Falta um sistema de monitoramento 24h com câmeras, há muito prometido pelas esferas estadual e municipal, e a Delagacia do Turista é uma piada de mau gosto. Ela conbece todas as queixas, mas é inoperante, mantém uma lenta burocracia para registro dos BOs, não tem delegado plantonista nem instalações adequadas.
É recorrente a reclamação de que o pessoal de atendimento é grosseiro e pouco empático com as pessoas, muitas vezes turistas, que já estão numa situação vulnerável porque acabaram de sofrer um trauma ou uma violência. Outro ponto desprezado pelas autoridades é o assédio aos visitantes.
O grupo destava a atuação clandestina dos "pintores tribais". Eles atuam livremente extorquindo visitantes, assediando, intimidando e colocando a saúde das pessoas em risco, uma vez que não há nenhuma regra ou normatização sobre qual tinta deve ser usada.
Há excesso de ambulantes credenciados e atuação livre dos clandestinos, com um número excessivo, que explode nos dias de show e impedem a circulação dos truristas. Eles se instalam nos passeios, congestionam as ruas e bloqueiam a entrada das lojas e restaurantes.
O inferno de quem comete o erro de visitar o Pelourinho se completa com a atuação criminosa dos flanelinhas, que ameaçam quem não aceita pagar, risca os carros e enganam os motoristas. Muitos descobre que o carro foi guinchado ao voltar.
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