Livro desnuda as boas histórias da Bahia

O escritor Adson Brito do Velho lança no sábado seu livro “Salvador Tem Muitas Histórias”, pela Editora Novos Sabores. O lançamento será às 18h, na Livraria do Glauber, no Cine Metha Glauber Rocha, na Praça Castro Alves. Com 88 páginas, o livro é dividido em pequenos tópicos que despertam a curiosidade das pessoas.

São 55, que respondem a perguntas curiosas como “Salvador foi realmente fundada em 29 de março?” e “O padroeiro da cidade de Salvador não é o Senhor do Bonfim?”. Outros contam histórias como a da “afamada Ladeira da Montanha” e do “crime da bala de ouro”.

Ainda apresentam ao mundo a baiana que se tornou a primeira médica negra do Brasil, a surpreendente Mulher de Roxo, a origem dos nomes de ruas e bairros da capital. Adson lamenta que "as histórias de Salvador e da Bahia, enquanto disciplinas escolares, não constam mais nas matrizes curriculares dos Ensinos Fundamental e Médio".

Justamente para lutar contra essa lacuna, contando estas histórias a pessoas de todas as idades, Adson, que é professor, investiu seu tempo coletando as histórias que fazem a alma da cidade. O livro não tem a pretensão de aprofundar-se de forma acadêmica e erudita, na história de Salvador, ressalta.

"Mas funciona como uma espécie de guia turístico, não apenas para os turistas, mas principalmente para os moradores, que na sua grande maioria desconhecem a história da própria cidade," revela Adson. A obra usa uma forma didática, linguagem simples e criteriosa para atingir o maior número de pessoas possível.

A capa de “Salvador Tem Muitas Histórias” é de Pedro Henrique Ribeiro de Souza, as fotos de Fael Brito e o prefácio de Clarindo Silva. Até chegar na obra acabada, houve um caminho que surgiu de uma inquietação durante a pandemia da Covid. Sem muita opção de lazer, Adson criou um grupo no Facebook.

Intitulado “Salvador Tem Muitas Histórias”, ele contava curiosidades sobre os bairros da capital, os monumentos históricos da velha Bahia, as figuras ilustres e lendas urbanas como a Mulher de Roxo, o Guarda Pelé, Florípes/Florípedes e Clarindo Silva, entre outras.

Pessoas de todo o país e do exterior, como Portugal, França, Espanha, Itália, Rússia, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Paraguai, Senegal, Congo e Angola, até hoje acompanham as postagens. Mas o sucesso na internet levaria a uma outra vertente derivada das histórias, o teatro.

Surgiu assim a peça “A Mulher de Roxo e Outras Histórias da Bahia”, escrita e dirigida por Adson, que levou ao palco a vida de personalidades e lendas urbanas como a Mulher de Roxo e Irmã Dulce. O seguidores do grupo, hoje mais de 20 mil, pediam que as matérias fossem transformadas em um livro, e assim nasceu a obra.

No lançamento, o público será recepcionado pela lendária “Mulher de Roxo”, que será interpretada pela atriz Sofia Bonfim, distribuindo fitinhas do Bonfim. A fala do autor será pontuada por músicas que remetem à Bahia, como “Hino do Senhor do Bonfim”, “É D’Oxum”, “Você Já Foi à Bahia?” e “Tarde em Itapuã”.

Adson contará como nasceu a ideia do livro e a importância da obra, sendo entrevistado pela professora e escritora Liliane Neves. Em seguida, Clarindo Silva falará sobre o livro, alguns trechos serão lidos e interpretados pelo ator Alexandro Beltrão. O livro será vendido por R$ 50.

Adson Brito do Velho tem 56 anos e nasceu em Salvador, no bairro onde mora até hoje, Cidade Nova. Professor, licenciado em Filosofia pela Universidade Católica do Salvador, formado em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia, é especialista em Neuropsicologia pela Faculdade Visconde de Cairu.

Concursado em História pela Rede de Educação da Bahia, leciona desde 1999 no Centro Estadual de Educação Profissional Anísio Teixeira, em Salvador. É ainda Técnico de Turismo pelo Colégio Estadual Severino Vieira, em Salvador. Além desta, escreveu as peças “Almas Acorrentadas”, “Diários de Psicopatas” e “A Vingança do Padre”.

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