Bahia conhece seu plano ferroviário

O Plano Estratégico Ferroviário da Bahia foi tema de uma reunião realizada nesta quarta-feira na Secretaria Estadual do Planejamento, para apresentação do estudo desenvolvido pela Fundação Dom Cabral, aos secretários estaduais, gestores públicos e diretores de entidades empresariais.

No cenário estudado para elaboração do plano ferroviário baiano, que foi concluído no final de 2022, são reveladas as oportunidades em infraestrutura ferroviária e uma proposta de reestruturação da malha, a partir da demanda de transporte e análises de pré-viabilidade das malhas propostas.

O Coordenador de Infraestrutura da FDC, Paulo Resende, diz que “a metodologia da modelagem que a gente utiliza é baseada em três pilares: o primeiro é a matriz de origem-destino, que tem que ser completa, não pode olhar somente uma determinada região. Tem que olhar toda a dinâmica do fluxo de cargas no Brasil”.

Para entender a demanda, a Fundação, além de analisar a dinâmica dos fluxos de 18 tipos de cargas, dispõe de uma rede da infraestrutura mapeada, o segundo pilar. “Trabalhamos com mais de 30 mil km de ferrovias prontas e a construir, que complementariam a malha ferroviária brasileira, mais de 200 mil quilômetros de rodovias e cerca de 15 mil km de hidrovias. É nessa rede que a matriz de origem destino se assenta”.

Para exemplificar o planejamento do transporte, cuja modelagem é feita por um software alemão PTV Visum, o terceiro pilar, que analisa a demanda atual e futura sob o ponto de vista do custo, o coordenador da FDC compara os mapas gerados com os custos mais atrativos a um princípio utilizado há muitos anos na medicina.

“Quando você vai fazer um cateterismo para descobrir veias e artérias bloqueadas, na medicina é injetado iodo, no sistema de planejamento do transporte nós injetamos as cargas atuais e futuras. Quando isso acontece, o sistema vai colorindo a infraestrutura existente, que vai ficando, muitas vezes, congestionada, então, você precisa fazer uma intervenção para que ela tenha maior capacidade de transporte”.

O potencial econômico da Bahia, em função da sua localização geográfica e uma das maiores costas, com 11 portos e Terminais de Uso Privado, contrasta com o custo da logística de transporte, como revela o diretor executivo da Usuport - Associação de Usuários dos Portos da Bahia, Paulo Villa.

“A Baía de Todos-os-Santos deveria ser a maior plataforma de logística do Brasil. É um dos melhores sítios portuários do mundo, já que temos uma das operações mais baratas. Nós temos um canal de acesso profundo, natural, que não precisa ser dragado e uma acessibilidade muito rápida para entrar e sair do Porto de Salvador".

"Além disso, uma dádiva divina que é o clima, que nos permite operar 24 horas por dia nos 365 dias. Embora a gente esteja exposto ao vento sul, nós temos 2.400 metros de quebra-mares. Mas não existe porto sem ferrovia, nem ferrovia sem porto”, conclui Villa.

Para superar esse obstáculo, o Plano Ferroviário da Bahia projeta uma malha ferroviária integrada ao restante do país, a conclusão da Fiol, e a reconfiguração dos trechos ferroviários existentes, em corredores importantes: Salvador - Belo Horizonte, Salvador – Juazeiro, Salvador – Recife, indicando a correção de traçado e a implantação de bitola.

16:41  |  


Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.

     


sao pedro