Alfabetização voltou lenta após Covid
Quatro em cada dez pais consideram que o avanço na alfabetização de estudantes das escolas públicas, no retorno às aulas presenciais após a pandemia de covid-19, evoluiu de forma mais lenta do que esperavam. É o que mostra a pesquisa Educação na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias.
Ela foi, encomendada ao Datafolha pela Fundação Lemann, Itaú Social e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio da Rede Conhecimento Social.
Os pais revelaram que as crianças e os jovens em idade escolar estão avançando com dificuldades (34%) ou não estão avançando (6%) no processo de alfabetização. Além disso, 10% dos estudantes de alfabetização estão em nível muito abaixo do esperado em leitura e escrita e 11% em nível inadequado.
A pesquisa foi feita em dezembro de 2022 e ouviu 1.323 responsáveis por 1.863 estudantes de escolas públicas, entre 6 e 18 anos. A apuração revelou ainda que 78% consideram que a educação deve ser a prioridade dos novos governos, seguida pela saúde (66%) e segurança pública (21%).
Para que a educação seja priorizada, os entrevistados disseram que os novos governos devem garantir maior oferta de formação de professores, ampliar o uso de tecnologias nas escolas e promover programas de reforço e de recuperação a estudantes.
Outros dados mostraram que 66% dos estudantes estão em escolas que fazem avaliações das dificuldades de aprendizagem e 50% tiveram oferta de reforço escolar, o maior índice observado desde maio de 2021. O estudo também revelou que 44% dos alunos estudam em escolas que oferecem apoio psicológico.
O estudo evidenciou que há grande desigualdade regional entre os estudantes da rede pública no país. Por exemplo, entre os estudantes da Região Norte, o uso de tecnologias foi apontado como necessidade maior (28%) do que entre os estudantes das regiões Sul e Sudeste do país (18%).
As entrevistas revelaram que há desigualdades de renda. Nas escolas de menor nível socioeconômico, o número de estudantes com problemas no processo de alfabetização chega a 50%, sendo que 14% deles não estariam avançando no processo e 36% estão avançando, mas com dificuldades.
“A retomada das aulas presenciais foi um marco na vida de crianças e jovens. Agora é preciso propor ações ágeis e eficientes para mitigar o alto índice de evasão escolar, defasagem na aprendizagem e desafios relacionados à saúde mental que atingem nossos estudantes", diz Patricia Mota Guedes, do Itaú Social. Com Abr
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