Agências criticam "checagem" de Lula
As agências de checagem de fatos acusam o governo Lula de “apropriação indevida” e “politização do combate à desinformação” contra fake news com o site BrasilContraFake, supostamente de checagem de fatos, lançado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência no sábado. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Lula caracterizou a iniciativa como uma “plataforma de checagem de informações e combate à desinformação”, em um tuíte, no domingo 26. “O Brasil sofreu muito com mentiras nas redes sociais nos últimos anos. Precisamos fortalecer uma rede de verdade", escreveu sua assessoria.
Para as agências, não existe checagem de fatos feita pelo governo, porque o processo necessariamente precisa ser independente e apartidário. Além disso, o site não segue os princípios básicos de checagem, como indicar de onde foram retiradas as informações usadas nas checagens.
Também não informa qual é a metodologia usada para determinar a veracidade, além de não ter transparência no processo de escolha do conteúdo que será verificado. Segundo a reportagem, a Agência Lupa diz que alguns conteúdos "verificados" são, na realidade, notas de esclarecimento do governo.
A Lupa cita uma publicação sobre o aumento do desmatamento em fevereiro. O governo "confirma' que os dados são verdadeiros (sem apresentar link para as bases de dados relevantes), mas informa que “políticas públicas ambientais são marcadas pela efetividade a médio e longo prazo, e não imediata”.
“Isso não é checagem de fatos, é assessoria de comunicação do governo”, diz Daniel Bramatti, editor do Estadão Verifica, à Folha. “O governo tem o direito de esclarecer informações erradas sobre políticas públicas, mas isso não é checagem. Não queremos uma Fakebras, uma visão estatal sobre o que é fato e o que não é.”
“É contraditório para um governo que tem tratado o combate à desinformação como prioridade fazer essa politização do combate à desinformação”, diz Natália Leal, diretora da Lupa.
Paulo Pimenta, ministro da Secom, disse à reportagem que a intenção nunca foi ser uma agência de checagem de fatos nem concorrer com os checadores. “Estamos apenas reunindo esclarecimentos de informações falsas sobre diversos ministérios e medidas do governo. Não fazemos checagem, até porque não somos isentos.” Com Oeste
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