Abin vai atuar contra os opositores

Agora no terceiro governo de Lula, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vai "monitorar grupos extremistas nas redes sociais” para impedir e antecipar “ataques à democracia”. Ela também vai ficar de olho em financiadores de "grupos que disseminam discurso de ódio”.

Tradução: qualquer um que critique o governo de forma dura ou organize protestos na rua, direitos pétreos na Constituição, poderá ser espionado pela Abin. O governo chama toda crítica de "discurso de ódio", mesmo depois de anos gritando "fora Collor", "fora Itamar", "fora FHC", "fora Bolsonaro" ou "Bolsonaro genocida".

O que ele considera "ataques à democracia" vai de críticas na internet a manifestações como as do Fora Dilma, legítimas e garantidas pela Constituição Federal em vários de seus artigos. A criminalização dos direitos começou com atos do STF que juristas de todo o país consideram ilegais e inconstitucionais.

Eles deram ao PT os argumentos para perseguir quem o critica. Para "reformular as estratégias" da Abin, o governo Lula vai chamar professores universitários de esquerda. As estratégias do órgão foram definidas no governo de Michel Temer, pelo general Sérgio Etchegoyen.

A Abin vai deixar de se concentrar nas ações de inteligência voltadas a proteger o país e se imiscuir em temas como "aquecimento global, desmatamento da Amazônia, ataques a povos originários, garimpo ilegal e até ameaças ambientais à plantação de soja”, diz o governo.

A agência foi criada por Fernando Henrique Cardoso para ser uma agência de inteligência civil. Depois de ser eleito, Luis Inácio transferiu o órgão do Gabinete de Segurança Institucional para a Casa Civil, deixando a "inteligência" a cargo do ministro Rui Costa.

Para dirigir a Abin, Lula chamou Luiz Fernando Corrêa, delegado da Polícia Federal que foi diretor-geral da PF no segundo governo de Lula, no fim de 2007, depois que ele se incomodou com as operações que atingiram petistas e aliados, como a Satiagraha, que indiciou o banqueiro Daniel Dantas.

Depois que assumiu, Corrêa substituiu os delegados mais experientes nos cargos de chefia, numa manobra que na época foi considerada uma forma de paralisar as investigações que vinham irritando Lula.

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sao pedro