Produtores criticam cacau importado
A chegada de mais um navio com cacau proveniente da África está sendo criticada pelos produtores do sul da Bahia, que já fizeram protestos fechando a BR-101. O navio Pichon veio de Abdijan, na Costa do Marfim, e chegou ao Porto do Malhado, em Ilhéus, no domingo.
O motivo das queixas é a carga de 10 mil toneladas de amêndoas de cacau, nem tanto pela concorrência com a lavoura local, que não consegue suprir todas as necessidades da indústria, mas pelo medo de contaminação com alguma praga africana, para a qual as plantas brasileiras não têm defesas naturais.
Segundo os produtores, o cacau importado pela Barry Callebaut e a Cargill não passa por uma inspeção sanitária rigorosa nem na origem nem na chegada ao Brasil. "A carga pode trazer fungos, insetos e sementes de plantas prejudiciais ao cacau", afirma um produtor da região de Firmino Alves.
Os produtores também dizem que a produção nacional é suficiente para atender à demanda da indústria e que as multinacionais usam o sistema de reexportar o produto sem pagar impostos. As empresas negam e afirmam que é preciso importar cacau para que suas metas de produção sejam alcançadas.
A Associação Nacional dos Produtores de Cacau ameaça fechar a BR-101 novamente, em protesto. E lembra que cargas de cacau africano já chegaram com objetos estranhos, como um dedo, cápsulas de balas e ratos, até existe registro de um africano encontrado morto no meio das sacas.
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