CIEB destaca uma 'Ilhéus sem aulas'
O Centro de Inovação para a Educação Brasileira destacou nesta segunda algumas cidades para mostrar como cada uma lida com a suspensão das aulas. Uma delas foi Ilhéus, no sul da Bahia. Desde o início de maio, a Secretaria Municipal de Educação está usando as redes sociais e o WhatsApp para divulgar conteúdos pedagógicos para os alunos.
Porém, boa parte dos 20 mil alunos matriculados no município não tem equipamentos ou acesso à internet. Esse percentual está estimado entre 30% e 40%, segundo Adriane Lidia Lavigne de Melo, coordenadora do Núcleo de Tecnologia Municipal da secretaria.
O caso de Ilhéus ilustra as dificuldades que as redes públicas estão enfrentando para alcançar todos os alunos nesse período de suspensão das aulas presenciais. Na situação ilheense, a falta de conectividade está impedindo a continuidade do planejamento pedagógico.
Os roteiros de aprendizagem não seguem necessariamente o currículo e tampouco os professores cobram exercícios ou atividades. “Como nem todos podem acessar os materiais, as escolas não podem exigir que os alunos entreguem tarefas. Como faríamos com aqueles que não têm internet ou equipamentos em casa?” lembra Adriane.
Apesar disso, a secretaria está se esforçando para manter pelo menos o vínculo com os estudantes e suas famílias. Para isso, vem usando “moto som” circulando pelas áreas mais afastadas da cidade, divulgando as ações em andamento. As rádios comunitárias também foram acionadas.
A cidade está também capacitando os professores em ensino remoto. “Muitos não têm familiaridade com as tecnologias educacionais e alguns demonstram até resistência em se apropriar desses recursos. Mas estamos trabalhando essas dificuldades por meio de diversas ações".
"Vale dizer que também tivemos surpresas positivas. Temos casos de professores que estão gravando videoaulas, o que representa um grande avanço”, comemora Adriane. Ilhéus está em ampla companhia. Segundo levantamento da CIEB, no Brasil 63% das escolas municipais suspenderam as aulas e 27% anteciparam as férias.
Apenas 7,7% conseguem manter a carga horária efetiva. As que continuaram as aulas estão usando, individualmente ou juntos, conteúdo digital, video-aulas por emissora de tv local, material impresso, orientações genéricas e plataformas online. Uma pequena parte está dando aulas online ao vivo.
37% das escolas municipais, tanto antes quanto durante a pandemia, nunca usam recursos online. Das que usam, os mais procurados são AVA, Google, YouTube Edu, WhatsApp e MEC RED. Elas consideram que o envio de orientações pelo WhatsApp, materiais digitais dos professores e video aulas gravadas são as melhores estratégias.
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