Mesmo alertado, GSI dispensou tropa
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dispensou, por escrito, o pelotão de quase 40 homens do Batalhão da Guarda Presidencial cerca de 20 horas antes da invasão às sedes dos Três Poderes, no domingo 8, informou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira.
Com fontes do Exército, a reportagem reconstituiu os dias anteriores à ação. Nenhuma das fontes revelou por que o GSI, sob responsabilidade do general Marco Edson Gonçalves Dias, nomeado pelo presidente Lula, dispensou o reforço e qual o motivo de ter demorado a agir.
As providências foram tomadas somente depois de os prédios terem sofrido danos. Após um pedido protocolado na sexta-feira 6, em razão da chegada de caravanas a Brasília, o Batalhão da Guarda Presidencial reforçou a segurança no dia seguinte.
Na manhã de domingo, porém, não havia mais policiais extras, apenas o efetivo normal, já que houve uma dispensa formal no início da noite de sábado. No domingo, a guarda também não tinha equipamentos de controle de distúrbios, como escudos, bombas de gás e balas de borracha.
A maioria do efetivo portava somente fuzis com munição letal. Foi só no início da tarde de domingo que o Comando Militar do Planalto (CMP), por iniciativa própria, entrou em contato com o GSI e reenviou o pelotão ao Palácio do Planalto. Além disso, era uma tropa muito menor do que a mobilizada em situações similares.
Segundo a reportagem, o Exército acompanhou a ação na Esplanada por meio de drones no domingo. Às 14h30, ocorreu o primeiro confronto com a Polícia Militar, perto da catedral de Brasília. Às 15 horas, o general Geraldo Henrique Dutra Menezes, chefe do CMP, enviou 113 homens com equipamentos de choque.
Era a primeira de três levas despachadas para retomar o lugar das mãos dos manifestantes. Só então, com o Palácio e os outros órgãos invadidos, o GSI formalizou o pedido de reforço e ativou o Plano Escudo, que prevê a proteção do Planalto, do Alvorada, do Jaburu e da Granja do Torto sem Garantia de Lei e Ordem.
As duas levas seguintes de reforço, com 93 e 118 militares, foram enviadas após o pedido do GSI. Todos os militares saíram do SMU, onde o CMP mantinha três subunidades do Exército. De acordo com os militares, era do GSI a responsabilidade de pedir reforço, assim como acionar o Plano Escudo.
Por desconfiança da lealdade dos membros do GSI, ao tomar posse Lula retirou sua segurança pessoal do gabinete e transferiu a responsabilidade à Polícia Federal. Nomeado por Lula para chefiar o GSI, o general Marco Edson Gonçalves Dias ainda não havia nomeado sua equipe na semana passada.
O deputado Evair de Melo (PP-ES), vice-líder do governo na Câmara durante a gestão Bolsonaro, propôs a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as responsabilidades do ministro da Justiça, Flávio Dino, que foi informado sobre a possibilidade de disturbios pela Abin 48 horas antes.
“É imperioso afirmar que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sabia que as manifestações aconteceriam, mas nada fez para impedir a entrada de manifestantes na Esplanada dos Ministérios, tampouco determinou ou verificou se haveria aparato policial suficiente para conter os manifestantes”, diz Melo. Com Oeste
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