Lixo plástico mata animais marinhos

Entre as ameaças aos ecossistemas marinhos e à saúde de nossos oceanos, a poluição por plástico é uma das mais nefastas e preocupantes. A estimativa mundial é de que a cada minuto, um caminhão de lixo plástico seja jogado ao mar.

Uma vez nos oceanos, esses itens de plástico descartável, como sacolas, canudos, pratos, talheres, não se restringem à superfície do mar e nem ao local de origem – muito dessa poluição segue arrastada pelas correntes marinhas. Há presença de plástico mesmo em lugares considerados paradisíacos, sem a presença de humanos.

No trajeto, essa mancha de lixo boiando pode tanto ser ingerida por mamíferos, aves, peixes e tartarugas, quanto se enroscar em seus corpos, tirando sua mobilidade, podendo levá-los à asfixia. “À medida em que o plástico inunda os oceanos - no Brasil, a estimativa é de 325 mil ton/ano, a lista de espécies afetadas aumenta".

"Dezenas de milhares de organismos marinhos estão ingerindo plásticos, como zooplâncton, peixes e tartarugas, mamíferos e aves marinhas, muitos deles já ameaçados de extinção. As espécies marinhas não apenas estão tendo contato com resíduos, mas morrendo devido a eles”, alerta a gerente da Oceana Brasil, Lara Iwanicki.

Ela é uma das autoras do estudo Um Oceano Livre de Plásticos, publicado em 2020. O relatório traz alguns números impactantes. Mais de 800 espécies de mamíferos, aves marinhas, peixes e tartarugas estão sendo impactadas pelo emaranhamento de redes de pesca ou pela ingestão de plástico.

Cerca de 90% de espécies de aves marinhas e tartarugas já consumiram plásticos. Dezessete por cento das espécies afetadas por tais detritos estão listadas como ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Essas pesquisas trazem números assustadores sobre animais necropsiados. Entre 2015 e 2019, de 29.010 análises em corpos de golfinhos, baleias, aves e répteis, 3.725 tinham algum tipo de detrito não natural no organismo. Cerca de 13% morreram diretamente pelo consumo desses poluentes e 85% eram ameaçados de extinção. 

Essas análises apontaram a presença de diversos materiais. Havia sacolas de embalagens, tampas de caneta e de garrafas PET, botões, buchas de parafuso, pulseiras, canudos, lacres de alimentos embutidos, palitos, copos descartáveis e outros materiais descritos como “plásticos e microplásticos”. Com Brasil 61

18:27  |  


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