Doação irregular poderia cassar Lula

Um relatório da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias, área técnica do Tribunal Superior Eleitoral, identificou “irregularidade grave” na doação de R$ 660 mil feita a Lula pelo empresário José Seripieri Filho (foto), fundador da rede Qualicorp, dono da Qsaúde e condenado por corrupção.

O mesmo Seripieri emprestou seu jatinho para Lula viajar à COP27, no Egito, jogando toneladas de carbono na atmosfera para discursar sobre meio ambiente. Pelas regras fixadas em uma resolução do TSE, os partidos e os candidatos são obrigados a informar em 72 horas as doações recebidas.

O prazo começa a contar a partir do momento em que o dinheiro é depositado na conta do partido. Obtido pelo jornal O Globo, o documento do TSE mostra que Lula não respeitou o prazo. A doação do empresário foi feita em 27 de setembro, mas o TSE só recebeu o relatório no dia 3 de outubro, seis dias depois e um após a eleição.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) enviou nesta terça-feira, 15, um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedindo a abertura de uma investigação sobre o jatinho emprestado ao presidente eleito, Lula (PT). O dono da aeronave, José Seripieri Júnior, foi preso pela Polícia Federal em 2020.

“O valor do aluguel de uma aeronave desse porte (Gulfstream 600) gira em torno de US$ 10 mil a hora”, argumentou o deputado Sanderson no documento. “Ou seja, trata-se de um fretamento milionário cujas circunstâncias merecem urgente apuração.”

Sanderson ainda destacou a prisão de Seripieri, feita em uma investigação sobre um esquema de caixa dois na campanha de José Serra ao Senado, em 2014. “O empresário e Lula são bastante próximos. O aludido avião particular pertencente ao empresário preso por corrupção”, disse.

O deputado ressalta que sua preocupação é “proteger o país de relações espúrias como essas, nada republicanas, que já custaram muito à nação brasileira e que, mesmo sem ter assumido a Presidência, Lula já dá sinais de que não aprendeu nada com os escândalos de corrupção que protagonizou e o levaram à cadeia”.

A Operação Paralelo 23, desmembramento da Lava Jato, foi a responsável por colocar o ex-dono da Qualicorp na cadeia. A investigação apontou que ele pagou R$ 5 milhões à campanha de Serra. Segundo o Ministério Público de São Paulo, as “doações” foram em duas partes, uma de R$ 2 milhões e outra de R$ 3 milhões.

O empresário ficou quatro dias preso. Depois, a Justiça Eleitoral ordenou sua soltura e a de outras duas pessoas. No início de novembro, Seripieri e os outros dois empresários tornaram-se réus na Justiça Eleitoral. Todos foram acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois.

Ao fim daquele mês, a Procuradoria-Geral da República fez um acordo de delação premiada com Seripieri. Em dezembro, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, confirmou a delação. Com Revista Oeste

18:05  |  


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