Discurso obtuso de Lula derruba bolsa

Hospedado numa suíte do hotel Meliá que custa R$ 6.550 por dia, o presidente eleito Luis Inácio Lula (PT) derrubou a Bolsa de Valores e desvalorizou a Petrobrás com um discurso irresponsável na manhã desta quinta-feira, dirigido a seus eleitores e não a todos os brasileiros.

O tom continuou de "nós contra eles" na fala, feita para uma platéria composta somente por jornalistas militantes e parlamentares que o apoiam, na sede do governo de transição. Ainda em cima do palanque, Lula voltou a atacar o presidente Jair Bolsonaro. Mas o resto foi pior.

Ele prometeu, entre outras coisas, castigar nos gastos públicos, avisando que chama isso de “investimento”, sem esclarecer como a conta de despesas acima da arrecadação será fechada. Lula também atacou a política de distribuição de dividendos da Petrobras aos acionistas.

Além de esquecer que o maior acionista é o próprio governo, o petista revelou ignorância e uma visão distorcida dessa prática do mercado, de remunerar o dinheiro dos investidores, condição essencial para que alguém invista na empresa Afinal, não são doadores e sim investidores, que precisam ter retorno.

Demonstrando não saber o que falava, ele chegou a acusar a Petrobras a distribuir “mais de 50 bilhões de dólares” em dividendos. A moeda do dividento é o Real. A fala de Lula provocou imediato reflexo na Bolsa de Valores, derrubando principalmente as ações da Petrobras e provocando prejuízos à estatal.

O anúncio de Guido Mantega na equipe de transição piorou ainda mais o cenário, fazendo o dólar disparar mais de 4% nesta quinta-feira, chegando a R$ 5,40. Mantega era o ministro da Fazenda quando o governo Dilma gerou a maior recessão de toda a história nacional.

Analistas políticos e de mercado não esqueceram que a Petrobrás foi literalmente assaltada nos governos de Lula e Dilma, chegando quase à insolvência. Recuperada no governo de Bolsonaro, o temor é de que volte a ser saqueada, até porque os principais envolvidos acabaram impunes por decisões do STF.

Lula avisou também que não haverá privatizações de empresas estatais em seu governo e voltou a mostrar visão distorcida sobre bancos oficiais, ao afirmar que voltarão a ser “bancos de investimento”. Aliado a tudo isso, o petista ainda prometeu quebrar o teto e gastar sem limites.

Esses planos de Lula, aliados à promessa de reverter as mudanças nas leis trabalhistas e de simplificação das regras para as empresas, já levam os investidores estrangeiros a repensar seus planos de investimento no Brasil.

"Os sinais são péssimos", afirmou Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, ao R7.

Ele avalia que os indícios mostram que a construção da PEC de Transição está voltada a novos gastos públicos. "Por ora, não parece haver um caminho de onde virão estes recursos e qual será o caminho de ajuste de longo-prazo", lamenta. Com informações do Diário do Poder e R7.

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